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Foguetes e manifestações agitam Israel

Segundo Israel, dois foguetes disparados do Sinai egípcio caíram nesta quarta na cidade de Eilat, às margens do Mar Vermelho, sem causar vítimas


	Membro do exército israelense: em agosto, dois foguetes caíram em Eilat sem deixar vítimas nem causar danos materiais.
 (AFP / Hazem Bader)

Membro do exército israelense: em agosto, dois foguetes caíram em Eilat sem deixar vítimas nem causar danos materiais. (AFP / Hazem Bader)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2013 às 16h24.

Eilat - Um grupo salafista da Faixa de Gaza reivindicou a autoria dos disparos de dois foguetes contra Israel nesta quarta-feira, Dia do Prisioneiro palestino, marcado por uma greve de fome de 3.000 cidadãos detidos.

"Cerca de 3.000 cidadãos palestinos detidos em prisões de Israel rejeitaram se alimentar nesta quarta-feira", declarou o porta-voz da administração penitenciária israelense, Sivan Weizman.

Segundo Israel, dois foguetes disparados do Sinai egípcio caíram nesta quarta na cidade de Eilat, às margens do Mar Vermelho, sem causar vítimas.

"Os dois foguetes atingiram em regiões inabitadas", afirmou à AFP um porta-voz militar israelense.

"Dois locais foram atingidos pela explosão", declarou o porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld, acrescentando que o aeroporto foi fechado por precaução por um breve período.

O Egito indicou que verificará se os foguetes foram disparados de fato de seu território.

Em agosto, dois foguetes caíram em Eilat sem deixar vítimas nem causar danos materiais.

O grupo "Majlis Shura al-Muyahidin nos Arredores de Jerusalém", reivindicou os disparos, justificando o ataque pela morte de um prisioneiro palestino e de dois adolescentes assassinados pelo Exército israelense na Cisjordânia no início do mês.


Essa coalizão salafista, que surgiu em 2002 em Gaza, um território governado pelo movimento islamita Hamas, reiterou seu "apelo razoável ao Hamas a pressionar seu governo para pôr fim à prisão e à perseguição de combatentes e pregadores salafistas na Faixa de Gaza".

O último disparo de foguete contra Israel, partindo da Faixa de Gaza, aconteceu em 7 de abril. Trata-se de um raro disparo do território palestino desde a trégua de 21 de novembro entre Israel e o Hamas, concluída sob a mediação do Egito.

Em um discurso em Gaza por ocasião do Dia do prisioneiro, o chefe de governo do Hamas, Ismail Haniyeh, afirmou: "Todas as opções estão sobre a mesa para nosso povo e a resistência a fim de libertar nossos heroicos prisioneiros".

Em Gaza, centenas de pessoas participaram de uma passeata até a sede da Cruz Vermelha.

Na Cisjordânia, cerca 600 familiares de prisioneiros se reuniram para um ato na Praça Arafat, centro de Ramallah, de onde pretendiam marchar até a prisão militar israelense de Ofer.

Uma marcha similar foi realizada na cidade de Nablus, com a participação de 1.500 pessoas, que protestaram com bandeiras palestinas e retratos de prisioneiros.

Centenas de palestinos participaram de um protesto em Hebron (sul), onde as cerimônias começaram terça-feira à noite com o acendimento de uma chama em frente à casa de Arafat Jaradat, prisioneiro que morreu em fevereiro em circunstâncias ainda não esclarecidas, provocando uma série de confrontos na Cisjordânia com o Exército israelense.


O Centro Carter expressou sua preocupação em um comunicado sobre o destino dos palestinos em prisões israelenses, principalmente os que estão em greve de fome há muito tempo, como Samer Isaaui.

"Os milhares de prisioneiro detidos por Israel são uma causa persistente de ressentimento para os palestinos", ressaltou o ex-presidente americano Jimmy Carter, que considera que "libertar um número significativo de prisioneiros poderia contribuir com os esforços em direção à paz".

Segundo o grupo israelense de defesa de direitos humanos, o número de palestinos em prisões de Israel chega a 4.713. A maioria por motivos de segurança, entre eles 170 em detenção administrativa, o que significa sem acusação nem julgamento, e 235 minores de idade.

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