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FMI revisa para baixo crescimento da América Latina em 2011

O fundo advertiu ainda que o aumento da demanda doméstica pode levar a um superaquecimento econômico

Olivier Blanchard, conselheiro econômico do FMI: continente deve "conter a inflação e proteger os pobres" (Stephen Jaffe/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 17 de junho de 2011 às 11h55.

São Paulo - O FMI revisou nesta sexta-feira levemente em baixa suas previsões de crescimento para a América Latina e o Caribe em 2011 a 4,6% (4,7% em abril) e advertiu que o aumento da demanda doméstica pode levar a um superaquecimento econômico, principalmente na América do Sul.

"O crescimento de América Latina e Caribe se mantém robusto", indicou o Fundo em uma atualização de suas previsões econômicas e financeiras semestrais divulgadas em São Paulo.

A previsão de crescimento do Brasil em 2011 foi reduzida de 4,5% em janeiro para 4,1%.

Entre os demais países, o México crescerá 4,7% (4,6% previsto em abril).

O crescimento da Argentina será de 6,0%, do Chile, de 6,2%; e da Colômbia, de 4,6%, segundo as previsões.

O Peru crescerá 6,6% e a Venezuela, único país latino-americano que não cresceu em 2010 (-1,5%), registrará um crescimento de 3,3%.

A região se recuperou "rápida e solidamente" da crise mundial e cresceu 6% em 2010.

O impulso principal foi registrado na América do Sul, "onde os preços das matérias primas, as condições favoráveis ao financiamento externo e as políticas macroeconômicas flexíveis estimularam a demanda doméstica", ressaltou o Fundo.

Mas exatamente essa grande demanda interna já gera sinais de alerta: começam a ser registrados sinais de superaquecimento, como o aumento da inflação e dos preços dos bens e maiores déficits das contas correntes.

Algumas economias emergentes "estão claramente enfrentando o risco de superaquecimento", indicou o conselheiro econômico do Fundo, Olivier Blanchard, ao apresentar em São Paulo uma atualização de seu relatório de previsões econômicas mundiais.


Ele destacou que, em alguns desses países, principalmente na Ásia, são registrados níveis de inflação elevados em um marco de forte demanda doméstica, e em outros, em particular na América Latina, se registra uma forte apreciação das moedas locais em um contexto de aumento dos preços das matérias-primas.

A isso se une o aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis em nível mundial, o que torna maiores os desafios dos governos que querem "conter a inflação e proteger os pobres".

O FMI também rebaixou levemente sua projeção para 2012 a 4,1 (4,2% em abril).

A situação em América Central e Caribe se mostra um pouco mais favorável, com uma recuperação que ganha velocidade, mas seu desempenho continua sendo em grande parte submetido a seus fortes nexos com economias avançadas, especialmente com os Estados Unidos.

Mesmo assim, a elevada dívida pública e o comércio em condições mais desfavoráveis seguem prejudicando o crescimento nessas regiões.

Os riscos para a América Latina a curto prazo são "mais balanceados" do que para o resto do mundo, indicou o Fundo.

Se as condições financeiras mundiais se tornarem complicadas, poderá haver "uma inversão dos fluxos para a região, o que afetaria adversamente suas perspectivas", advertiu.

Para o futuro, os governos da região precisam reduzir o ritmo de gastos, que colocam um peso excessivo sobre as políticas monetárias, no momento em que entram grandes fluxos de capitais e as moedas dos países se valorizam.

Reforçar as medidas macroeconômicas prudentes e usar controles de capital para melhorar a força dos sistemas financeiros é outra recomendação do Fundo.

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São Paulo - O FMI revisou nesta sexta-feira levemente em baixa suas previsões de crescimento para a América Latina e o Caribe em 2011 a 4,6% (4,7% em abril) e advertiu que o aumento da demanda doméstica pode levar a um superaquecimento econômico, principalmente na América do Sul.

"O crescimento de América Latina e Caribe se mantém robusto", indicou o Fundo em uma atualização de suas previsões econômicas e financeiras semestrais divulgadas em São Paulo.

A previsão de crescimento do Brasil em 2011 foi reduzida de 4,5% em janeiro para 4,1%.

Entre os demais países, o México crescerá 4,7% (4,6% previsto em abril).

O crescimento da Argentina será de 6,0%, do Chile, de 6,2%; e da Colômbia, de 4,6%, segundo as previsões.

O Peru crescerá 6,6% e a Venezuela, único país latino-americano que não cresceu em 2010 (-1,5%), registrará um crescimento de 3,3%.

A região se recuperou "rápida e solidamente" da crise mundial e cresceu 6% em 2010.

O impulso principal foi registrado na América do Sul, "onde os preços das matérias primas, as condições favoráveis ao financiamento externo e as políticas macroeconômicas flexíveis estimularam a demanda doméstica", ressaltou o Fundo.

Mas exatamente essa grande demanda interna já gera sinais de alerta: começam a ser registrados sinais de superaquecimento, como o aumento da inflação e dos preços dos bens e maiores déficits das contas correntes.

Algumas economias emergentes "estão claramente enfrentando o risco de superaquecimento", indicou o conselheiro econômico do Fundo, Olivier Blanchard, ao apresentar em São Paulo uma atualização de seu relatório de previsões econômicas mundiais.


Ele destacou que, em alguns desses países, principalmente na Ásia, são registrados níveis de inflação elevados em um marco de forte demanda doméstica, e em outros, em particular na América Latina, se registra uma forte apreciação das moedas locais em um contexto de aumento dos preços das matérias-primas.

A isso se une o aumento dos preços dos alimentos e dos combustíveis em nível mundial, o que torna maiores os desafios dos governos que querem "conter a inflação e proteger os pobres".

O FMI também rebaixou levemente sua projeção para 2012 a 4,1 (4,2% em abril).

A situação em América Central e Caribe se mostra um pouco mais favorável, com uma recuperação que ganha velocidade, mas seu desempenho continua sendo em grande parte submetido a seus fortes nexos com economias avançadas, especialmente com os Estados Unidos.

Mesmo assim, a elevada dívida pública e o comércio em condições mais desfavoráveis seguem prejudicando o crescimento nessas regiões.

Os riscos para a América Latina a curto prazo são "mais balanceados" do que para o resto do mundo, indicou o Fundo.

Se as condições financeiras mundiais se tornarem complicadas, poderá haver "uma inversão dos fluxos para a região, o que afetaria adversamente suas perspectivas", advertiu.

Para o futuro, os governos da região precisam reduzir o ritmo de gastos, que colocam um peso excessivo sobre as políticas monetárias, no momento em que entram grandes fluxos de capitais e as moedas dos países se valorizam.

Reforçar as medidas macroeconômicas prudentes e usar controles de capital para melhorar a força dos sistemas financeiros é outra recomendação do Fundo.

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