Fillon: os investigadores querem determinar se há provas de que Penelope trabalhou como assistente parlamentar do marido (Charles Platiau/Reuters)
EFE
Publicado em 31 de janeiro de 2017 às 18h13.
Última atualização em 31 de janeiro de 2017 às 18h17.
Paris - O ex-primeiro-ministro e candidato à presidência da França pelo partido Os Republicanos, François Fillon, contratou dois de seus filhos como assistentes parlamentares, denunciou nesta terça-feira a revista "Le Canard Echaîné".
Em um trecho da edição que irá às bancas amanhã, a "Le Canard Echaîné" informa que o favorito para as eleições presidenciais de abril empregou os dois filhos enquanto era deputado na Assembleia Nacional.
A mesma revista já tinha denunciado que a esposa de Fillon também tinha sido contratada pelo ex-premiê como assistente parlamentar e nunca pisou no Legislativo francês.
Penelope Fillon teria recebido 900 mil euros brutos pelo emprego na Assembleia Nacional e pela função de colaboradora literária na revista "La Revue dês Deux Limpes", uma das publicações mais antigas da França e ligada à centro-direita, também sem trabalhar.
A Justiça da França investiga desde a semana passada se Penelope recebeu dinheiro público sem trabalhar. Ela e Fillon foram interrogadas separadamente ontem. Hoje, os agentes foram à Assembleia Nacional buscar documentos sobre o caso.
Os investigadores querem determinar se há provas de que Penelope trabalhou como assistente parlamentar do marido e depois atuou no gabinete do deputado Marc Joulaud, que assumiu a cadeira de Fillon.
No total, ela ficou no emprego por oito anos sem trabalhar, embolsando milhares de euros de dinheiro público, diz a revista.
No contrato com a "La Revue dês Deux Limpes", Penelope recebeu 5 mil euros brutos por mês entre maio de 2012 e dezembro de 2013.
Os investigadores do caso geraram nesta terça-feira uma nova agitação na política francesa ao comparecer à Assembleia Nacional para buscar documentos que comprovem que Penelope cumpriu sua função como assistente parlamentar do marido.
Os agentes pediram autorização para o presidente da Assembleia Nacional, o socialista Claude Bartolone, para realizar ação, que tecnicamente não é uma operação de busca e apreensão.
O coordenador da campanha presidencial de Fillon, Bruno Retailleau, se disse convencido de que não haverá acusação e pediu que a investigação seja feita rapidamente, levando em consideração a proximidade das eleições.
O primeiro turno está marcado para o dia 23 de abril e o segundo para 7 de maio.
Fillon disse que não tem intenção de se retirar da corrida presidencial pelo Palácio do Eliseu. O candidato conservador, líder das pesquisas até o momento, afirmou que só abandonará a candidatura se for formalmente acusado no caso.