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Falta de dinheiro pode prejudicar luta contra ebola

OMS precisa de mais dinheiro até fevereiro, caso contrário a luta contra a epidemia pode se atrasar em um ano

Trabalhadores em zona de combate à ebola: projeto ameaçado por falta de dinheiro (Zoom Dosso/AFP)

Guilherme Dearo

Publicado em 25 de janeiro de 2015 às 15h16.

São Paulo - A luta contra a ebola enfrentará um momento decisivo em fevereiro. É que a Organização Mundial da Saúde (OMS) já anunciou que poderá ficar sem caixa no próximo mês.

Fevereiro é crucial para o combate, segundo a organização. Se os fundos não forem captados agora, em abril e maio o combate irá retroceder e frear o avanço da epidemia pode se alongar por mais um ano além do programado.

"Parar a epidemia depende de dinheiro e pessoas, e não temos nenhum deles", disse à Reuters o doutor Bruce Aylward, diretor-geral assistente da OMS, diretamente responsável pelo combate à epidemia.

Nos últimos 21 dias, os novos casos diminuíram consideravelmente. Além disso, os casos diminuíram por quatro semanas seguidas em Guiné, Libéria e Serra Leoa.

As previsões, até agora, diziam que, em quatro ou cinco meses, a epidemia poderia ser totalmente freada. Era o melhor dos cenários. Mas tudo pode ruir a partir do mês que vem se mais dinheiro não entrar no caixa de combate da OMS.

Estima-se que sejam necessários mais 260 milhões de dólares para os próximos seis meses. A OMS já está em contato com grandes doadores para tentar levantar essa quantia.

Em abril e maio começa a temporada de chuva nos países afetados. De acordo com especialistas, o tempo úmido prejudicaria o combate. Estradas precárias da região ficariam ainda piores, prejudicando o transporte de pessoal, equipamentos e suprimentos.

Até agora, foram 21724 casos e 8641 mortes.

Na zona de perigo estão 700 voluntários combatendo a epidemia. Mas o cenário ideal exigiria mais 300 trabalhadores.

O vírus ebola tem um índice de mortalidade de 70%. Ao lado da tragédia, o fotógrafo John Moore decidiu retratar os raros sobreviventes da doença na Libéria, o país mais afetado pela epidemia. Na foto, Jeremra Cooper, 16, enxuga o rosto do calor, enquanto espera na seção de baixo risco dos Médicos Sem Fronteiras (MSF), em Paynesville, Libéria. O aluno da 8 ª série disse que perdeu seis familiares para a epidemia de Ebola antes de ficar doente e de ser enviado para o centro dos MSF, onde ele se recuperou após um mês.
  • 2. Mohammed Wah, 23

    2 /15(John Moore/Getty Images)

  • Veja também

    O trabalhador da construção civil diz que o Ebola matou cinco membros de sua família e que ele acha que contraiu a doença enquanto cuidava de seu sobrinho.
  • 3. Varney Taylor, 26

    3 /15(John Moore/Getty Images)

  • Perdeu três membros da família para a doença e acredita que contraiu Ebola enquanto carregava o corpo de sua tia após a morte dela.
  • 4. Benetha Coleman, 24

    4 /15(John Moore/Getty Images)

    Seu marido e dois filhos morreram em decorrência da doença.
  • 5. Victoria Masah, 28

    5 /15(John Moore/Getty Images)

    Seu marido e dois filhos morreram por causa do ebola.
  • 6. Eric Forkpa, 23

    6 /15(John Moore/Getty Images)

    O estudante de engenharia civil, disse que acha que pegou ebola enquanto cuidava de seu tio doente. Ele passou 18 dias no centro dos MSF se recuperando do vírus.
  • 7. Emanuel Jolo, 19

    7 /15(John Moore/Getty Images)

    O estudante do ensino médio perdeu seis membros da família e acredita que contraiu a doença enquanto lavava o corpo de seu pai, que morreu de Ebola.
  • 8. James Mulbah, 2

    8 /15(John Moore/Getty Images)

    O garotinho posa para a foto enquanto é segurado pela mãe, que também se recuperou do ebola.
  • 9. John Massani, 27

    9 /15(John Moore/Getty Images)

    Trabalhador da construção civil, ele acredita que pegou a doença enquanto carregava o corpo de um parente. Ele perdeu seis familiares por causa do ebola.
  • 10. Mohammed Bah, 39

    10 /15(John Moore/Getty Images)

    Bah, que trabalha como motorista, perdeu a mulher, a mãe, o pai e a irmã para o ebola.
  • 11. Vavila Godoa, 43

    11 /15(John Moore/Getty Images)

    O alfaiate diz que o estigma de ter tido Ebola é algo difícil. Ele perdeu todos os seus clientes devido ao medo. "Eles não vêm mais", afirma. Ele acredita que pegou Ebola enquanto cuidava de sua esposa doente.
  • 12. Ami Subah, 39

    12 /15(John Moore/Getty Images)

    Subah, uma parteira, acha que pegou ebola quando fez o parto de um bebé de uma mãe doente. O menino, segundo ela, sobreviveu, mas a mãe morreu. Ela diz que não teve trabalho desde sua recuperação, devido ao estigma de ter tido Ebola. "Não me deixam nem tirar água do poço comunitário", afirma.
  • 13. Peters Roberts, 22

    13 /15(John Moore/Getty Images)

    O aluno do 11º ano perdeu uma irmã, o tio e um primo para o Ebola. Ele acredita que contraiu a doença enquanto cuidava de seu tio.
  • 14. Anthony Naileh, 46, e Bendu Naileh, 34

    14 /15(John Moore/Getty Images)

    Anthony disse que é um estenógrafo no Senado liberiano e planeja voltar a trabalhar na sessão de janeiro. Bendu, uma enfermeira, acha que pegou ebola após colocar as mãos em posição de oração ao rezar por um sobrinho que tinha a doença. Em seguida, ela adoeceu e seu marido cuidou dela.
  • 15. Moses Lansanah, 30

    15 /15(John Moore/Getty Images)

    O trabalhador da construção civil perdeu sua noiva Amifete, com então 22 anos, que estava grávida de 9 meses do seu filho.
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