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Exército sírio se apodera de fortaleza da época das Cruzadas

Exército sírio obteve uma importante vitória ao se apoderar de uma antiga fortaleza síria inscrita no Patrimônio Mundial da Unesco

Vista do castelo Krak dos Cavaleiros, na Síria, localizada perto do Líbano: fortaleza era usada como reduto dos rebeldes (Louai Beshara/AFP)

Vista do castelo Krak dos Cavaleiros, na Síria, localizada perto do Líbano: fortaleza era usada como reduto dos rebeldes (Louai Beshara/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de março de 2014 às 14h24.

Damasco - O exército sírio obteve nesta quinta-feira uma importante vitória ao se apoderar de uma antiga fortaleza síria inscrita no Patrimônio Mundial da Unesco, a Krak dos Cavaleiros Hospitalários, localizada perto do Líbano, que era usada como reduto dos rebeldes.

Trata-se da terceira reconquista de uma cidade rebelde nesta região na fronteira com o Líbano em menos de uma semana. As tropas do regime têm beneficiado da ajuda de combatentes do movimento xiita libanês do Hezbollah e dos conflitos internos da rebelião.

"O exército sírio hasteou a bandeira da nação na Krak dos Cavaleiros, na província de Homs, depois de arrasar os terroristas que se escondiam lá", afirmou a televisão.

O canal al-Mayadeen, com sede em Beirute e que apoia o regime de Bashar al-Assad, exibiu imagens de combatentes do regime no interior da fortaleza, hasteando a bandeira síria em um donjon.

Localizada no alto de uma colina, a fortaleza foi construída em 1031 pela dinastia abássida, mas foi Tancredo, regente da Antióquia, que o conquistou em 1110 e instalou uma guarnição durante a Primeira Cruzada.

Em 1142, o castelo foi confiado à Ordem dos Hospitalários, que construiu várias instalações de defesa. Foi também nesta época que recebeu o nome de Krak dos Cavaleiros.

O líder muçulmano Saladino, apesar de suas vitórias contra os cruzados, jamais conseguiu se apoderar do forte até que, em 1271, isso foi realizado pelos mamelucos.

Em julho de 2011, poucos meses após o início da revolta contra o presidente Assad, os habitantes sunitas da cidade de Hosn ocuparam a fortaleza, tendo sido posteriormente expulsos pelos insurgentes, principalmente do Líbano. Além dos salafistas da Jund al-Cham, a construção também era utilizada pelos jihadistas da Frente al-Nosra.


"O Krak dos Cavaleiros e a região foram libertadas dos homens armados que vinham da Síria, do Líbano e de outros países. Estrategicamente, isso quer dizer que a rota de abastecimento que começava em Wadi Jaled, no Líbano, na direção de Homs, ficou cortada e terminamos com a infiltração dos terroristas", declarou um coronel ao canal Al-Mayadeen.

"Agora, é possível nos concentrar em outras partes da província" de Homs, acrescentou.

Esta conquista é a última de uma série de vitórias do regime nesta região montanhosa de Qalamun, no centro do país, com destaque para a tomada de Yabrud no domingo e de Ras al-Aïn na quarta-feira. Ela deve bloquear, teoricamente, todos os acessos ao Líbano, a retaguarda dos insurgentes.

Um chefe das Forças de Defesa Nacional (FDN) indicou que 40 rebeldes foram mortos tentando fugir.

'Corpos no rio'

Entre os mortos, um chefe islamita libanês, Khaled Mahmud al-Dandachi, conhecido como Abu Sleimane al-Mohajer.

Por sua vez, uma fonte da segurança libanesa evocou 60 feridos, civis e combatentes, pelos bombardeios da artilharia síria.

"Os civis estavam fugindo de al-Hosn há três dias. Cerca de 300 pessoas conseguiram atravessar a fronteira libanesa", indicou à AFP Khaled Hussein, um morador do vilarejo libanês de Wadi Khaled.

"Ainda há corpos no rio", acrescentou. Um jornalista da AFP, que viajou para local, escutou os bombardeiros do outro lado da fronteira.

Muitos combatentes rebeldes em Hosn eram libaneses, segundo Hussein.

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