Durante anos, Cabul e Washington acusaram Islamabad de dar supostamente refúgio a grupos insurgentes em seu território (Pool/Getty Images)
EFE
Publicado em 23 de agosto de 2017 às 12h36.
Islamabad - O chefe do Exército paquistanês, o general Javed Bajwa, afirmou nesta quarta-feira ao embaixador americano no Paquistão, David Hale, que o país asiático não busca ajuda financeira, mas reconhecimento pelas suas contribuições contra o terrorismo na região.
"O chefe do Exército disse que não busca nenhuma ajuda financeira ou material dos EUA, mas a confiança, entedimento e comunicação militar", disse o ISPR em comunicado.
A reunião aconteceu apenas 24 horas depois que o presidente americano, Donald Trump, advertiu a Islamabad que tem "muito a perder" se apoiar terroristas e que a aliança entre ambos países não sobreviverá se continuar com essa postura.
"Pagamos ao Paquistão milhões de dólares enquanto abrigam os mesmos terroristas que estamos combatendo. Isto tem que mudar e mudará agora", disse ontem Trump após anunciar nesta semana uma nova política para o Afeganistão, com um aumento de suas tropas no terreno.
Em seu encontro com o embaixador americano, Bajwa afirmou que o Paquistão continuará fazendo todo o possível para levar a paz ao Afeganistão.
Ontem à noite, o Ministério de Relações Exteriores paquistanês, em seu primeiro comunicado oficial após o discurso de Trump, já tinha expressado sua "decepção" com os Estados Unidos e reiterado que não permite que seu território seja usado contra outros países.
O chefe do Exército considerou a colaboração entre todas as partes envolvidas como fundamental para pôr fim à guerra no país vizinho.
Durante anos, Cabul e Washington acusaram Islamabad de dar supostamente refúgio a grupos insurgentes em seu território.
O Paquistão negou reiteradamente que dá cobertura a grupos terroristas.