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Ex-detento de Guantánamo prossegue em greve fome

Diyab, que se encontra lúcido neste momento, exige ser reunido com sua família em um país diferente do Uruguai, preferencialmente árabe


	Greve: Diyab, que se encontra lúcido neste momento, exige ser reunido com sua família em um país diferente do Uruguai, preferencialmente árabe
 (Getty Images)

Greve: Diyab, que se encontra lúcido neste momento, exige ser reunido com sua família em um país diferente do Uruguai, preferencialmente árabe (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de setembro de 2016 às 13h48.

Montevidéu - Jihad Diyab, um dos seis ex-presos da penitenciária de Guantánamo, em Cuba, amparados pelo Uruguai e que realiza uma greve de fome há cerca de um mês, se recuperou nesta quinta-feira do coma superficial em que se encontrava, mas segue determinado a seguir com seu protesto, informaram fontes médicas.

Diyab, que se encontra "lúcido" neste momento, "segue com a determinação" de não ingerir alimentos, nem líquidos, para exigir ser reunido com sua família em um país diferente do Uruguai, preferencialmente árabe, explicou hoje à Agência Efe Julia Galzerano, uma das médicas do Sindicato Médico do Uruguai (SMU), que lhe prestou assistência.

O refugiado sírio, que se encontrava em estado de desidratação severo, foi tratado por médicos da rede de saúde pública do Uruguai e do SMU, que seguiram o protocolo que indica que "se o paciente perder a consciência, seu médico tem o poder de decidir por ele quais medidas de urgência deverão ser tomadas para salvar a sua vida", informaram ontem ativistas próximos.

Uma vez lúcido e hidratado, os médicos do SMU o levaram de volta para sua casa, onde fizeram uma revisão nele, constataram sua melhora e lhe explicaram os riscos de seguir com a greve de fome, indicou Julia.

Mesmo assim, o paciente "se recusa a comer e a tomar líquidos" em seu protesto. Em respeito ao "princípio de autonomia do paciente" e aos "protocolos" do Código de Ética Médica do SMU, os médicos encerraram seu tratamento com o paciente.

Assim, o sírio prosseguirá com o protesto que vem fazendo há cerca de um mês, que foi aprofundado quando decidiu suspender sua ingestão de líquidos há pelo menos uma semana.

Na sexta-feira passada, Diyab disse à imprensa por intermédio de um interlocutor que sua situação de saúde se encontrava em estado delicado e acusou o Uruguai e os Estados Unidos de serem responsáveis por sua situação.

"Minha situação de saúde está muito precária, estou mal, minha energia está muito baixa e eu responsabilizo pessoalmente o governo dos EUA e também o do Uruguai, se eu morrer", disse o sírio.

Diyab deixou o país em meados de junho e no fim de julho se apresentou no consulado uruguaio em Caracas, onde pediu para ser transferido para outro país diferente do Uruguai para se reunir com sua família, mas, na saída da sede diplomática, foi detido pelas autoridades venezuelanas e deportado para Uruguai semanas depois.

Diyab foi acolhido no Uruguai com outros três sírios, um tunisiano e um palestino em dezembro de 2014, como parte do compromisso do então presidente uruguaio, José Mujica, de colaborar com o governante americano, Barack Obama, no plano de fechamento da penitenciária de Guantánamo.  

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