Câmara dos EUA: "O Departamento de Justiça e o FBI devem continuar fazendo seu trabalho", escreveu Comey (Karen Bleier/AFP)
EFE
Publicado em 2 de fevereiro de 2018 às 19h23.
Washington - O ex-diretor do FBI James Comey classificou de "desonesto" e "enganoso" o polêmico relatório republicano tornado público nesta sexta-feira pela Câmara dos Representantes dos Estados Unidos, após a decisão do presidente do país, Donald Trump, de autorizar a divulgação.
O Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes publicou o documento que acusa funcionários do alto escalão do FBI e do Departamento de Justiça de abuso de poder.
"É isso? Uma nota desonesta e enganosa destruiu o Comitê de Inteligência da Câmara dos Representantes, arruinou a confiança na comunidade de inteligência, prejudicou as relações com a corte do FISA (Lei de Vigilância de Inteligência Estrangeira) e, imperdoavelmente, expôs investigação secreta de um cidadão americano. Para quê?", questionou Comey.
"O Departamento de Justiça e o FBI devem continuar fazendo seu trabalho", escreveu Comey no Twitter.
O memorando alega que o FBI ignorou o "claro viés" em favor dos democratas de uma das fontes usadas na investigação, Christopher Steele, um ex-espião britânico que escreveu um famoso dossiê cheio de detalhes sórdidos sobre o presidente americano.
O FBI utilizou informações fornecidas por Steele para ampliar a vigilância sobre Carter Page, que foi até setembro de 2016 assessor de política externa da campanha eleitoral de Trump. A suspeita era que Page atuava como um agente russo.
Trump demitiu Comey em maio, por considerá-lo como incapaz de conduzir o FBI de forma eficiente. O ex-diretor comandava as investigações sobre as ligações da campanha do presidente com o governo da Rússia.