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Europeus questionam legalidade da operação que matou Bin Laden

"Foi claramente uma violação do direito internacional", disse o ex-chanceler alemão-ocidental Helmut Schmidt a uma TV alemã

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 4 de maio de 2011 às 20h33.

Berlim - Enquanto muitos líderes mundiais aplaudiam a operação norte-americana que resultou na morte de Osama bin Laden, alguns europeus questionaram os Estados Unidos por assumir o papel de polícia, juiz e executor.

"Foi claramente uma violação do direito internacional", disse o ex-chanceler (primeiro-ministro) alemão-ocidental Helmut Schmidt a uma TV alemã. "A operação poderia também ter consequências incalculáveis no mundo árabe à luz de todas as turbulências."

Ehrhart Koerting, ministro do Interior da cidade-Estado de Berlim, disse: "Como advogado, eu preferia ver (Bin Laden) sendo levado a julgamento no Tribunal Penal Internacional."

O jurista holandês Gert-Jan Knoops, especializado em direito internacional, declarou que o líder da Al Qaeda deveria ter sido preso e extraditado para os Estados Unidos. Ele traçou um paralelo com a situação do ex-presidente iugoslavo Slobodan Milosevic, que foi levado a julgamento no tribunal de crimes de guerra de Haia após ser preso em 2001.

"Os norte-americanos se dizem em guerra contra o terrorismo, e que podem eliminar seus adversários no campo de batalha", disse Knoops. "Mas, num sentido estritamente formal, este argumento não se sustenta."

Reed Brody, consultor da entidade Human Rights Watch, de Nova York, disse que é cedo para dizer se a operação dos EUA foi legal, porque poucos detalhes foram divulgados.

"Gostaríamos de saber quais foram as ordens, quais foram as regras de abordagem. Queremos saber exatamente o que aconteceu (...) e em que os EUA alegam que Bin Laden estava realmente envolvido", afirmou.

"Será que o mundo é um lugar melhor por Bin Laden não estar aí? Pode-se obviamente responder a essa pergunta. Mas será que isso significa que você tem o direito de violar os protocolos de direitos humanos ou o direito internacional para fazer isso? Aí, não."

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