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EUA podem se tornar novo epicentro global do coronavírus, diz OMS

De acordo com a OMS, os Estados Unidos apresentam uma "aceleração muito grande" no número de casos de coronavírus

Nas últimas 24 horas, 85% dos casos novos de todo o mundo surgiram na Europa e nos EUA (Eduardo Munoz Alvarez/Getty Images)

Nas últimas 24 horas, 85% dos casos novos de todo o mundo surgiram na Europa e nos EUA (Eduardo Munoz Alvarez/Getty Images)

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Reuters

Publicado em 24 de março de 2020 às 11h06.

Última atualização em 24 de março de 2020 às 16h49.

Os Estados Unidos têm potencial para se tornarem o novo epicentro da pandemia de coronavírus devido a uma "aceleração muito grande" de infecções no país, disse a Organização Mundial da Saúde (OMS) nesta terça-feira.

O vírus respiratório altamente contagioso já infectou mais de 42 mil pessoas nos EUA, levando mais governadores a seguirem o exemplos de Estados que estão ordenando que os cidadãos fiquem em casa.

Nas últimas 24 horas, 85% dos casos novos de todo o mundo surgiram na Europa e nos EUA, disse a porta-voz da OMS, Margaret Harris, aos repórteres. Destes, 40% foram dos EUA.

Indagada se a nação poderia se tornar o novo epicentro, ela respondeu: "Agora estamos vendo uma aceleração muito grande de casos nos EUA. Então de fato têm este potencial. Não podemos dizer que é o caso, mas de fato têm este potencial".

"... Eles (EUA) têm um surto muito grande, e um surto que está aumentando em intensidade", acrescentou Harris.

Mas ela identificou alguns sinais positivos, como exames mais abrangentes e esforços adicionais para isolar os doentes e rastrear seus contatos imediatos expostos ao vírus.

Ela também se referiu às histórias "extremamente comoventes" de como os norte-americanos estão ajudando uns aos outros durante a crise.

No geral, o surto global está acelerando muito rapidamente, e ela acredita em grandes aumentos no número de casos e mortes em comparação aos 334.981 casos e às 14.652 mortes já relatadas à OMS até agora.

O site da OMS, que tende a mostrar contagens defasadas dos países, mostrou que a segunda-feira teve, de longe, o maior aumento diário de infecções desde que o surto começou, em dezembro, com mais de 40 mil casos novos.

Harris disse que os novos recordes são de se esperar todos os dias até que novas medidas de confinamento comecem a entrar em vigor.

Até o momento, a Europa é o centro da transmissão, e a Itália o país mais duramente atingido, já que tem o maior número de mortes do mundo – mas as mortes no país começaram a diminuir.

Indagada sobre um possível ponto de inflexão na Itália, ela disse: "Existe um vislumbre de esperança lá. Nos últimos dois dias, vimos menos casos novos e mortes na Itália, mas ainda é muito, muito cedo".

Ela também demonstrou preocupação com o número crescente de casos em países com sistemas de saúde frágeis e alta prevalência de HIV.

A quantidade de casos confirmados de coronavírus na África do Sul subiu para 554 nesta terça-feira, antes de uma interdição nacional de 21 dias que entra em vigor à meia-noite de quinta-feira.

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