Governo norte-americano também exige informações sobre a conta de Julian Assange no Twitter (Dan Kitwood/GETTY IMAGES)
Da Redação
Publicado em 10 de janeiro de 2011 às 09h49.
Washington - Um tribunal dos Estados Unidos ordenou que o Twitter entregue informações detalhadas sobre os registros do WikiLeaks e de diversos simpatizantes do site, como parte de investigação criminal sobre o vazamento de centenas de milhares de documentos confidenciais.
A intimação datada de 14 de dezembro, solicitada pelo Departamento da Justiça dos EUA e publicada pela revista online Salon.com, afirma que os registros pedidos ao site de microblogs são parte "relevante de uma investigação criminal em curso".
O documento ordena que o Twitter forneça informações sobre as contas do fundador do WikiLeaks, Julian Assange, e de Bradley Manning, um analista de inteligência do Exército norte-americano acusado de vazar os documentos divulgados ao público no ano passado pelo WikiLeaks.
As informações exigidas pelo governo incluem todos os registros de conexão e horários de sessão, os endereços IP usados para acesso ao Twitter, endereços de email e residenciais, além de dados de cobrança e detalhes de contas bancárias e cartões de crédito.
A intimação inclui as contas de Jacob Appelbaum, Rop Gonggrijp e Birgitta Jonsdottir, antiga voluntária do WikiLeaks e membro do Parlamento da Islândia; os três são simpatizantes do site.
"O WikiLeaks condena vigorosamente essa perseguição a indivíduos pelo governo dos EUA", afirmou o site em comunicado encaminhado à Reuters por Mark Stephens, seu advogado em Londres.
Ossur Skarphedinsson, ministro do Exterior da Islândia, anunciou no sábado que seu governo planeja protestar junto ao embaixador norte-americano em Reykjavik nesta segunda-feira.
Em pronunciamento transmitido pela rádio do governo, Skarphedinsson afirmou que o comportamento das autoridades norte-americanas é inaceitável e que seu governo fará todo o possível para proteger Jonsdottir.
O governo dos EUA está decidindo se deve apresentar acusações criminais contra Assange por ajudar a divulgar centenas de milhares de mensagens diplomáticas confidenciais norte-americanas, o que causou embaraços a Washington e a diversos de seus aliados.