Agência de Notícias
Publicado em 20 de dezembro de 2024 às 08h50.
Uma delegação do governo dos Estados Unidos está nesta sexta-feira em Damasco pela primeira vez desde a fuga de Bashar al-Assad para discutir com o governo interino da Síria e outras partes os princípios da transição e como ajudar o país, relatou um porta-voz do Departamento de Estado.
O grupo é liderado pelo assessor para assuntos do Oriente Médio, Daniel Rubinstein, e inclui ainda a responsável do Oriente Médio no Departamento de Estado, Barbara Leaf, e o principal negociador do governo para a libertação de reféns, Roger Carstens.
O porta-voz disse que são os primeiros diplomatas americanos a irem à capital síria desde que o ex-presidente Assad fugiu no último dia 8 e se exilou na Rússia, destituído por uma coligação insurgente liderada pela Organização para a Libertação do Levante.
Rubinstein liderará o esforço diplomático dos Estados Unidos e como tal estará em contato direto com a população e outras partes chave do país e coordenará com aliados e parceiros a promoção dos princípios da transição política marcada em Aqaba (Jordânia) no último dia 14.
Nesse dia, altos representantes de Estados Unidos, França, Turquia e oito países árabes, além de Nações Unidas e União Europeia (UE), participaram em um encontro convocado pelo rei da Jordânia, Abdullah II, para chegar a acordo sobre uma posição unificada em relação à nova era na Síria.
A reunião de Aqaba optou por trabalhar pela estabilidade e segurança dos territórios sírios, respeitar as minorias, evitar o radicalismo, construir instituições, formar um governo abrangente que inclua todos os sírios e agir para que os responsáveis pelos crimes cometidos sejam responsabilizados.
O porta-voz do Departamento de Estado americano indicou esta sexta-feira que a delegação planeia reunir-se com representantes do HTS para discutir estes princípios.
Rubinstein, Leaf e Carstens também falarão à “população síria, incluindo membros da sociedade civil, ativistas, membros de diferentes comunidades e outras vozes sírias sobre sua visão para o país e como os Estados Unidos podem ajudá-los”.
Os EUA afirmaram na última terça que estavam dispostos a retirar eventualmente as sanções econômicas que foram impostas ao governo de Assad durante anos e outras ações restritivas se a situação no país melhorar.
A delegação aproveitará a oportunidade para tentar obter informações sobre o destino dos cidadãos americanos desaparecidos durante o regime anterior.
Entre eles Austin Tice, um jornalista e ex-fuzileiro naval que viajou à Síria em 2012 para cobrir a guerra civil que acabava de começar no país e que desapareceu em agosto daquele ano, justamente quando planejava deixar o território sírio.