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EUA e Rússia vão realizar novas conversas sobre tratado nuclear

EUA e Rússia concentram no total mais de 90% das armas nucleares do planeta e ambos os países assinaram em 2011 um novo tratado de desarmamento

Armas nucleares: "As conversas refletiram um espírito de boa vontade, mas está claro que é preciso trabalhar mais" (YORICK JANSENS/Getty Images/AFP)

Armas nucleares: "As conversas refletiram um espírito de boa vontade, mas está claro que é preciso trabalhar mais" (YORICK JANSENS/Getty Images/AFP)

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EFE

Publicado em 18 de julho de 2017 às 21h39.

Washington - Os governos de Estados Unidos e Rússia concordaram em realizar novas conversas sobre o tratado de desarmamento nuclear START II, em uma data que ainda não foi definida, durante uma reunião em Washington sobre diversos temas que foi "dura e franca", informou nesta terça-feira o Departamento de Estado americano.

O vice-ministro de Relações Exteriores da Rússia, Serguei Ryabkov, e o subsecretário de Estado dos EUA para Relações Políticas, Thomas Shannon, se reuniram ontem em Washington para retomar um mecanismo de diálogo bilateral que Moscou tinha suspendido em protesto por algumas sanções de Washington contra eles por causa do conflito ucraniano.

Em um comunicado, o Departamento de Estado dos EUA qualificou hoje a conversa entre Shannon e Ryabkov de "dura e franca", e ressaltou que a mesma refletiu o "compromisso" de ambas as partes para chegar a acordos sobre diferentes temas "de interesse mútuo".

"As conversas refletiram um espírito de boa vontade, mas está claro que é preciso trabalhar mais", acrescentou o órgão na nota.

O Departamento de Estado não entrou em detalhes sobre os temas tratados no encontro e informou somente que Shannon e Ryabkov se comprometeram a realizar uma futura reunião da comissão consultiva bilateral sobre o START II.

Estados Unidos e Rússia concentram no total mais de 90% das armas nucleares do planeta e ambos os países assinaram em 2011 um novo tratado START de desarmamento para que, em 2018, as ogivas que possuem estejam em seu nível mais baixo desde a década de 1950.

O comunicado do Departamento de Estado não diz nada de uma questão-chave para Moscou: o destino das propriedades diplomáticas russas embargadas nos EUA durante o mandato de Barack Obama e a expulsão de 35 diplomatas russos por supostamente participarem de ciberataques orquestrados pelo Kremlin para influenciar as eleições americanas.

Sobre isso, Ryabkov adiantou hoje que a Rússia responderá logo ao confisco dessas propriedades, após comprovar no encontro desta segunda-feira que os EUA não pretendem devolvê-las sem nada em troca.

"Rejeitamos por princípio qualquer tentativa de formular condições para que nossas propriedades sejam devolvidas. Foram expropriadas ilegalmente e portanto devem ser devolvidas de maneira incondicional", reiterou Ryabkov.

As propriedades são duas mansões luxuosas em Maryland e Nova York, compradas pela Rússia ainda na época da União Soviética e usadas, segundo Moscou, como residências de campo para o descanso de diplomatas e suas famílias.

Os presidentes de EUA, Donald Trump, e Rússia, Vladimir Putin, se reuniram pela primeira vez no início de julho, à margem da Cúpula do G20 na Alemanha, algo que parece ter diminuído as tensões o suficiente para retomar o diálogo ativo entre seus diplomatas.

Shannon e Ryabkov se reuniram pela primeira vez em maio em Nova York com o objetivo de encontrar formas de aproximar suas posições em alguns dos pontos mais tensos da relação, como os conflitos na Síria e na Ucrânia.

Ambos os funcionários se encontrariam novamente em junho em São Petersburgo, mas o governo russo decidiu cancelar essa reunião em resposta à ampliação das sanções dos EUA contra a Rússia pelo conflito na Ucrânia, anunciada por Washington alguns dias antes.

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