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EUA devem reforçar controle marítimo sobre Coreia do Norte

Secretário americano de Estado destacou que os aliados americanos devem adotar medidas para evitar a transferência de mercadorias entre navios

Tillerson: "devemos aumentar o custo do comportamento do regime até que a Coreia do Norte venha a uma mesa de negociações crível" (Ben Nelms/Reuters)
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AFP

Publicado em 17 de janeiro de 2018 às 06h55.

Estados Unidos e 19 países aliados concordaram nesta terça-feira em endurecer a "interdição marítima" contra a Coreia do Norte para evitar que Pyongyang se livre das sanções impostas por seu programa nuclear.

Após uma reunião do grupo de Vancouver nesta cidade canadense, o secretário americano de Estado, Rex Tillerson, destacou que os aliados não desejam interferir no transporte marítimo legítimo, mas devem adotar medidas para evitar a transferência de mercadorias entre navios em alto mar.

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EUA e seus aliados buscavam em Vancouver endurecer as sanções contra a Coreia do Norte, embora sem a participação fundamental da China, dias depois de Pyongyang abrir a porta para conversas com seu vizinho do sul.

Os ministros das Relações Exteriores de 20 nações, presididos por Tillerson e sua contraparte canadense, Chrystia Freeland, iniciaram conversas na segunda-feira sobre a crise causada pelos programas de mísseis e armas nucleares da Coreia do Norte.

Nesta terça-feira, Tillerson pediu à China e à Rússia, outro ausente, que implementem de forma "completa" as sanções adotadas pela ONU contra Pyongyang.

"Devemos aumentar o custo do comportamento do regime até que a Coreia do Norte venha a uma mesa de negociações crível", cujo objetivo será "a eliminação completa, verificável e irreversível" das armas nucleares.

A reunião de dois dias em Vancouver acontece em meio ao alívio das tensões na península coreana, depois que o Norte e o Sul se reuniram pela primeira vez em dois anos e Pyongyang aceitou enviar atletas aos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang.

Segundo os dois grandes ausentes Rússia e China, membros do Conselho de Segurança da ONU e das "conversas a seis" (junto com as duas Coreias, Estados Unidos e Japão), estas discussões sobre a imposição de novas sanções à Coreia do Norte ocorrem em um momento ruim.

"As partes relevantes mais importantes na península coreana não participaram da reunião. Assim, não acredito que o encontro seja legítimo nem representativo", disse nesta terça-feira Lu Kang, porta-voz da diplomacia chinesa, que denunciou "a mentalidade de Guerra Fria".

Na segunda-feira, o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, havia criticado "os americanos e seus aliados", afirmando que querem "impor seus pontos de vista se baseando exclusivamente no diktat e ultimato (...) sem reconhecer a realidade de um mundo multipolar".

Em uma conversa por telefone nesta terça, o presidente chinês, Xi Jinping, disse ao seu contraparte americano, Donald Trump, que a situação na península vivia atualmente "uma evolução positiva", em referência ao diálogo entre as duas Coreias.

Xi insistiu que "todas as partes têm que unir seus esforços para que perdure a distensão atual, que não foi alcançada facilmente e criou as condições necessárias para retomar as conversas de paz", disse Xi Jinping, citado pela agência chinesa New (Xinhua).

Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, a guerra com a Coreia do Norte é evitável, convidando a diálogos diretos entre as principais potências para desmontar o programa nuclear de Pyongyang.

Segundo ele, os recentes passos dados pelas duas Coreias para aliviar as tensões foram importantes. No entanto, acrescentou: "não nos esqueçamos de que o problema essencial está para ser resolvido".

"Acho que a guerra é evitável", afirmou a jornalistas na sede das Nações Unidas, em Nova York, mas "não estou certo ainda de que a paz está garantida".

O legislador americano Mac Thornberry, presidente da comissão das Forças Armadas da Câmara de Representantes, declarou nesta terça-feira que "a administração examina muito seriamente as opções militares que poderiam entrar em jogo com relação à Coreia do Norte".

"Os treinamentos são muito sérios", acrescentou. "Há preparativos em curso e tomara que não sejam necessários".

O chamado Grupo de Vancouver é composto por 20 países que lutaram na Guerra da Coreia (1950-1953). Inclui Austrália, Grã-Bretanha, França, Índia, Japão, Filipinas e Coreia do Sul. Além de ministros, também estão presentes na reunião oficiais militares.

No ano passado, após a multiplicação dos lançamentos de mísseis balísticos pela Coreia do Norte, a tensão é notável na região. Quatro dias depois do alarme falso difundido no Havaí, a emissora de televisão japonesa NHK publicou nesta terça-feira por erro em seu site um alerta anunciando que Pyongyang acabava de lançar um míssil e recomendando que a população encontrasse abrigo.

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