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EUA apreendem 3º petroleiro na costa da Venezuela, diz agência

Governo Trump apertou cerco ao governo Maduro com bloqueio a exportações do país

Navio petroleiro apreendido por forças dos EUA, no sábado, 20 de dezembro (Reprodução/AFP)

Navio petroleiro apreendido por forças dos EUA, no sábado, 20 de dezembro (Reprodução/AFP)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 21 de dezembro de 2025 às 12h52.

Forças militares dos Estados Unidos apreenderam um terceiro navio petroleiro na costa da Venezuela, o segundo só neste fim de semana, segundo a agência Reuters.

A informação foi repassada por duas autoridades americanas, que falaram sob anonimato com a Reuters. Elas não detalharam qual foi o navio nem o local exato da apreensão.

Nos últimos dias, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse que forças americanas fariam um bloqueio marítimo para impedir que a Venezuela exporte petróleo, a principal fonte de riqueza do país.

A Venezuela é alvo de sanções dos EUA. Assim, empresas e navios que comprem ou transportem petróleo do país podem ser punidas pelos americanos. No entanto, há um debate sobre a legalidade da aplicação da medida em águas internacionais.

A Casa Branca ainda não havia se pronunciado oficialmente sobre a terceira apreensão até a publicação desta reportagem.

Na manhã deste domingo, o governo Trump disse que o segundo navio, apreendido no sábado, foi pego por transportar petróleo da estatal PDVSA, alvo de sanções.

"Se tratava de um navio com bandeira falsa que operava como parte da frota fantasma venezuelana usada para traficar petróleo roubado e financiar o regime narcoterrorista de Maduro", disse Ana Kelly, porta-voz de Trump, na rede social X.

Reação da Venezuela

O chanceler venezuelano, Yvan Gil, chamou a ação de sábado de “pirataria” e “terrorismo internacional”, relatando ter discutido o caso com o ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi. Segundo Gil, Teerã ofereceu cooperação “em todas as áreas” para enfrentar as medidas americanas.

A vice-presidente Delcy Rodríguez classificou a apreensão como “roubo e sequestro” e denunciou o “desaparecimento forçado” da tripulação, cuja situação permanece desconhecida. “Esses atos não ficarão impunes”, afirmou em comunicado.

Mobilização dos EUA

A ofensiva ocorre em paralelo à mobilização de 15 mil soldados, navios de guerra e aeronaves de combate no Caribe. O governo Trump concentra esforços sobre o petróleo, principal fonte de renda venezuelana, alvo de sanções impostas por Washington.

No dia 10, militares americanos já haviam apreendido o petroleiro Skipper, incluído na lista de sanções por transportar petróleo iraniano. Poucos dias depois, Trump decretou bloqueio naval à Venezuela, prometendo interceptar qualquer embarcação sancionada. O Centuries foi o primeiro navio interceptado após a ordem, mesmo sem constar na lista de restrições. Caracas classificou o bloqueio como “irracional”.

Em declarações recentes, Trump afirmou que os venezuelanos “tomaram todo o nosso petróleo” e que os EUA “agora querem tudo de volta”, em referência à nacionalização dos campos iniciada nos anos 1970 e consolidada por Hugo Chávez. Atualmente, apenas a Chevron mantém operações no país, sob licença especial de Washington.

Segundo o Pentágono, a mobilização militar faz parte da Operação Lança do Sul, que teria como objetivo combater o narcotráfico. Até agora, 29 embarcações foram atacadas, resultando em ao menos 104 mortes, sem apresentação de provas das acusações. Trump também tem afirmado que ataques terrestres são iminentes, não apenas contra a Venezuela.

Nesse cenário, Maduro é apontado por Washington como líder do chamado Cartel de los Soles, uma entidade cuja existência não é comprovada. O Departamento de Estado oferece recompensa de US$ 50 milhões por sua captura. Caracas nega as acusações e afirma que o discurso americano busca legitimar uma intervenção contra o regime.

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