Mundo

EUA ameaçam atacar a Síria e a Rússia responde

Após ataque químico em Duma, Trump afirmou que mísseis contra o regime sírio estão a caminho, enquanto a Rússia diz que ataque deve visar terroristas

Trump: o presidente americano ameaçou atacar o regime sírio e chamou Bashar Al-Assad de "animal que mata seu próprio povo com gás" (Carlos Barria/Reuters)

Trump: o presidente americano ameaçou atacar o regime sírio e chamou Bashar Al-Assad de "animal que mata seu próprio povo com gás" (Carlos Barria/Reuters)

E

EFE

Publicado em 11 de abril de 2018 às 10h19.

Washington - O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, advertiu a Rússia nesta quarta-feira para que se prepare para uma ação com mísseis contra a Síria, em represália ao suposto ataque químico cometido pelo regime de Bashar al Assad na cidade de Douma, nos arredores da capital Damasco.

"A Rússia promete derrubar todos os mísseis disparados contra a Síria. Prepare-se Rússia, porque eles virão, bons e novos e 'inteligentes!'", ameaçou Trump através do Twitter.

Além disso, Trump disse que a Rússia não deveria se associar "com um animal que mata seu próprio povo com gás e se diverte com isso!", em referência ao presidente sírio, Bashar al Assad.

Trump acrescentou que a relação dos EUA com a Rússia "é pior agora do que nunca, e isso inclui a Guerra Fria".

"Não há razão para isso. A Rússia precisa de nossa ajuda para sua economia, algo que seria muito fácil de fazer, e necessitamos que todas as nações trabalhem juntas. Acabar com a corrida armamentista?", acrescentou o presidente americano na rede social.

As advertências de Trump acontecem pouco depois que o Kremlin alertou hoje os Estados Unidos e seus aliados contra qualquer ato que possa desestabilizar a "frágil" situação na Síria.

"Acreditamos que todas as partes devem evitar passos que, de fato, não foram provocados por ninguém e que podem desestabilizar seriamente a frágil situação na região", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, aos jornalistas.

Moscou quer uma investigação "imparcial e objetiva" da situação para poder basear seu julgamento em informações "confiáveis" e não em rumores e "informações vazias" divulgadas pelos meios de comunicação, acrescentou o porta-voz.

Pouco depois, a Organização Mundial da Saúde (OMS) assegurou em um comunicado que cerca de 500 pessoas foram atendidas em centros médicos em Duma com sintomas de exposição a agentes químicos e que 70 pessoas que estavam em edificações subterrâneas morreram.

Pelo menos 43 dos mortos apresentavam "sintomas relacionados com a exposição a químicos altamente tóxicos", segundo a OMS, que revisou as informações que lhe foram proporcionadas pelas entidades com as quais trabalha e que apoia localmente.

O presidente dos Estados Unidos alertou na segunda-feira que tinha planos de responder "com contundência" ao suposto ataque com armas químicas em Duma.

A Rússia bloqueou na terça-feira uma resolução dos Estados Unidos na ONU para investigar os ataques químicos na Síria, o que aumentou a possibilidade de uma ação militar americana contra o regime sírio.

Ontem, Trump anunciou que estava cancelando sua viagem a Lima, no Peru, para participar da Cúpula das Américas, e à Colômbia, com o fim de coordenar a partir dos Estados Unidos a resposta contra a Síria.

Trump está solicitando o apoio de seus aliados em relação a possíveis represálias contra o regime sírio e manteve conversas com os líderes do Reino Unido e da França.

 

Acompanhe tudo sobre:Armas químicasBashar al-AssadDonald TrumpEstados Unidos (EUA)Guerra na SíriaRússiaSíriaVladimir Putin

Mais de Mundo

França busca aliados europeus para ativar veto ao acordo UE-Mercosul

Putin não vê chances de relações normais com Ucrânia se ela não desistir de aderir à Otan

'Policiais-mordomos' e Gisele de vizinha: conheça 'bunker' onde morará Ivanka Trump

Planos de Trump para saúde e ciência acendem alerta nos EUA