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Estado Islâmico é encurralado em Raqa e Mosul

Os combatentes, apoiados pelos Estados Unidos, tentam recuperar o controle dos principais redutos extremistas

Síria: os combatentes sírios romperam as linhas de defesa dos extremistas (REUTERS/Ahmed Jadallah/Reuters Internet)

Síria: os combatentes sírios romperam as linhas de defesa dos extremistas (REUTERS/Ahmed Jadallah/Reuters Internet)

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AFP

Publicado em 4 de julho de 2017 às 11h50.

Última atualização em 4 de julho de 2017 às 12h19.

Os combatentes sírios apoiados pelos ataques aéreos americanos romperam as linhas de defesa dos extremistas do grupo Estado Islâmico (EI) no centro de Raqa, um grande avanço na batalha para a conquista daquela cidade da Síria.

Enquanto isso, no vizinho Iraque, as forças do governo igualmente apoiadas pelos Estados Unidos, tentavam expulsar os últimos extremistas de Mossul.

Há meses, o EI é alvo das ofensivas lançadas pelas Forças Democráticas Sírias (FDS) na Síria e pelas forças do governo no Iraque para recuperar o controle dos principais redutos extremistas de Raqa e Mossul, conquistados em 2014.

No norte da Síria devastada pela guerra, as FDS assumiram o controle de vários bairros de Raqa desde que entraram na cidade em 6 de junho. Além da Cidade Antiga fortificada, ainda restam alguns bairros na zona norte da cidade a serem tomados.

O apoio aéreo da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos tem sido fundamental no avanço das FDS em direção ao centro da cidade, apesar da resistência feroz dos extremistas islâmicos.

"Ataques direcionados em duas pequenas porções da muralha permitiram que as forças da coalizão e as forças associadas entrassem na Cidade Antiga", informou nesta terça-feira o comandante das forças americanas no Oriente Médio.

Os ataques permitiram "proteger vidas das FDS e de civis" e "preservar a integridade da maior parte da muralha" construída no século VIII e de 2.500 metros, acrescentou. "As partes atingidas tinham 25 metros de comprimento".

"Esmagar o Daesh"

Este é um "passo importante na campanha para a libertação da cidade", comemorou em um tuíte o enviado americano para a coalizão, Brett McGurk.

Em sua conta no Twitter, as FDS confirmaram que "o ataque preciso abriu brechas no muro e permitiu a entrada na Cidade Antiga. A melhor maneira de salvar os habitantes de Raqa é esmagar e vencer rapidamente o Daesh que tem semeado o horror".

"Nossas forças romperam a defesa do Daesh em Raqa", indicou à AFP Nuri Mahmud, porta-voz das Unidades de Defesa do Povo Curdo (YPG), principal componente das FDS. O "Daesh está caindo", afirmou, acusando o grupo de usar civis como "escudos humanos".

De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos (OSDH), "os combates ocorrem em quatro pontos da Cidade Antiga, onde as FDS devem lidar com a densidade da população civil e com as bombas do EI".

"A verdadeira batalha começou hoje", disse Rami Abdel Rahmane, diretor do OSDH. "O maior desafio para as FDS é abrir corredores seguros para evacuar os civis".

As FDS também retomaram plenamente o distrito de al-Senaa, perto do centro da cidade.

De acordo com estimativas, cerca de 100.000 civis continuam em Raqa, capital do autoproclamado "califado" do EI. E de acordo com a coalizão, cerca de 2.500 jihadistas defendem a localidade.

Combates em Mossul

Raqa se tornou famosa pelas atrocidades cometidas pelo o EI e seria o centro para o planejamento de atentados no exterior.

Em 5 de novembro de 2016, as FDS lançaram a ofensiva para libertar Raqa, cercando a cidade e tomando vastas regiões nas proximidades.

A perda de Raqa, embora represente um sério revés para o EI, não significaria o fim do grupo extremista na Síria, uma vez que ainda controla setores da província de Raqa, parte da província de Deir Ezzor (leste), bem como territórios nas províncias de Homs e Hama (centro) e Hassakeh (nordeste).

No Iraque, as Forças Armadas avançam lentamente no último setor da Cidade Antiga, onde os jihadistas estão encurralados em Mossul.

No Twitter, Brett McGurk destacou que os "terroristas do EI" controlam "menos de um quilômetro quadrado em Mossul", segunda maior cidade do Iraque.

Os comandantes iraquianos esperam uma "vitória" nos próximos dias, enquanto milhares de civis continuam a fugir. A perda de Mossul também não significa o fim do EI no Iraque, onde ainda controla muitas áreas.

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