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Espanha terá economia saudável, diz presidente da Iberdrola

Galán apresentou hoje as conclusões do relatório "Espanha, um país de oportunidades", que mostra as boas perspectivas de recuperação da economia espanhola


	O presidente da Iberdrola, José Ignacio Sánchez Galán: o representante do CEC destacou o fato de que, apesar da crise, a Espanha é considerada um dos dez países "mais promissores" para o investimento direto estrangeiro.
 (Rafa Rivas/AFP)

O presidente da Iberdrola, José Ignacio Sánchez Galán: o representante do CEC destacou o fato de que, apesar da crise, a Espanha é considerada um dos dez países "mais promissores" para o investimento direto estrangeiro. (Rafa Rivas/AFP)

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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2013 às 14h15.

Cambridge - A Espanha terá uma estrutura de crescimento econômico muito mais saudável após a crise, afirmou nesta quinta-feira, na Universidade de Harvard, o presidente da Iberdrola, José Ignacio Sánchez Galán.

Representando o Conselho Empresarial para a Competitividade (CEC), grupo privado formado pelas principais multinacionais espanholas, Galán apresentou hoje as conclusões do relatório "Espanha, um país de oportunidades", que mostra as boas perspectivas de recuperação da economia espanhola.

Em um dos centros educativos mais prestiagiados do mundo, o representante do CEC destacou o fato de que, apesar da crise, a Espanha é considerada um dos dez países "mais promissores" para o investimento direto estrangeiro.

A flexibilização introduzida na economia espanhola através de reformas, dos históricos ajustes realizados no déficit público e no endividamento privado e do impulso exportador estão transformando a atividade produtiva e a imagem do país, acrescentou o principal responsável da Iberdrola.

"No passado, éramos tão dependentes de um só produto, a construção, que (a economia) não era saudável. Agora estamos fazendo esforços para que depois desta crise, tenhamos uma economia de crescimento muito mais saudável no país", explicou.

Em declarações à Agência Efe, Galán avaliou os resultados das duas primeiras conferências realizadas pelo CEC nos Estados Unidos, ontem perante representantes de Wall Street em Nova York e hoje um em centro acadêmico como a Universidade de Harvard.

"Acho que (estes dois dias) foram muito produtivos. Como dizia ontem Antonio Garrigues, ou os espanhóis contam as virtudes de nosso país ou quem vai contar? Acho que o fato de que as grandes empresas espanholas tenham apresentado este documento dá um tom de muito contraste e tranquilidade aos potenciais investidores em nosso país".


"Ontem, em Nova York, houve uma grande quantidade de fundos internacionais e hoje aqui também havia alguns presentes. Isto é muito positivo, porque temos muitas coisas positivas para dizer e estão percebendo que na Espanha há uma mudança de tendência e isso está facilitando as coisas".

Galán mencionou como confirmação desta mudança de percepção o fato de que o prêmio de risco da dívida espanhola tenha abaixado até os 330 pontos básicos.

"Havia uma demanda por parte dos fundos internacionais de que resolvêssemos de uma maneira rápida as dúvidas de muitos investidores", explicou.

"Este documento, sem dúvida, dá a tranquilidade de que as empresas espanholas estão comprometidas com o país para fazer as coisas de uma maneira que no futuro dê tranquilidade a todos eles", acrescentou.

O economista do Peterson Institute de Washington, Ángel Ubide comentou perante os presentes como foi se dissipando a maioria das dúvidas sobre a Espanha, por exemplo, sobre a capacidade do Governo central para controlar a despesa das comunidades autônomas.

"Se falam com qualquer conselheiro de economia de um Governo autônomo, ele dirá que durante os últimos seis ou nove meses basicamente não teve dinheiro para gastar. Foram capazes de reorganizar muitas coisas e tomaram decisões drásticas", comentou Ubide.

"Lembrem: há dois ou três anos existia a grande dúvida se o Governo central seria capaz de controlar as regiões. Se lembrarem, este era o grande debate, já que só a metade do gasto público na Espanha é controlado em nível central; as regiões são carros desenfreados. Bem, a Espanha passou a emenda constitucional mais séria e rigorosa para controlar as finanças regionais", ressaltou.


"Provavelmente vocês não saibam, mas não somente a estabilidade orçamentária e os compromissos em nível europeu estão agora na Constituição. Também há uma priorização do serviço da dívida".

De acordo com esta emenda, "se houvesse dúvida sobre onde gastar o dinheiro, primeiro faria frente às dívidas com os detentores de bônus e depois seria coberto o resto das despesas".

"Para os que seguem o debate sobre o teto de dívida nos EUA, isto é algo que foi discutido no Congresso, mas que jamais foi aprovado. Isto demonstra o compromisso da Espanha com o pagamento de suas dívidas, as reestruturações e de querer ser uma economia de êxito", reforçou Ubide. 

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