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Equipe de imprensa do Equador é sequestrada na fronteira com Colômbia

Caso ocorreu em meio às operações desenvolvidas nos dois países contra rebeldes dissidentes envolvidos no narcotráfico

Equador: governo acredita que ataques se devem a ações de repressão ao tráfico promovidas pelo país nos últimos três meses (Dan Kitwood/Getty Images)

Equador: governo acredita que ataques se devem a ações de repressão ao tráfico promovidas pelo país nos últimos três meses (Dan Kitwood/Getty Images)

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AFP

Publicado em 27 de março de 2018 às 22h21.

Dois jornalistas e um motorista do jornal El Comercio de Quito foram sequestrados na fronteira com a Colômbia, em meio às operações desenvolvidas nos dois países contra rebeldes dissidentes colombianos envolvidos no narcotráfico.

O sequestro da equipe jornalística eleva ainda mais a tensão na área fronteiriça após a ofensiva lançada por guerrilheiros que se distanciaram do processo de paz com as já dissolvidas Farc.

"Três funcionários do meio de comunicação diário El Comercio foram sequestrados ontem (segunda-feira). Isso aconteceu de manhã, na área de Mataje, cantão San Lorenzo, província de Esmeraldas", informou o ministro do Interior, César Navas.

"Presumimos que estejam na Colômbia (...). Sabemos que estão bem. Já houve contato, não podemos dar mais detalhes", acrescentou.

A equipe é composta por um redator, um repórter gráfico e o motorista do veículo, embora as autoridades mantenham as identidades em segredo.

Os três viajaram à área para fazer um trabalho em Esmeraldas, a noroeste e na fronteira com o departamento colombiano de Nariño.

O ministro explicou em coletiva de imprensa que os três sequestrados "passaram pelo posto de controle militar" e que "receberam as advertências correspondentes sobre o risco de circulação" na área.

Embora todas as suspeitas apontem para uma ação de grupos de origem rebelde, o governo evitou apontá-los diretamente.

El Comercio, por sua vez, também falou com cautela do sequestro, o primeiro a atingir a imprensa equatoriana nas últimas três décadas.

As Forças Armadas do Equador enfrentam na fronteira uma incomum arremetida pelas mãos do grupo dirigido por "Guacho", ex-guerrilheiro das Farc que também estaria por trás de ataques com explosivos contra tropas colombianas do outro lado da fronteira.

"O que é novo é a violência, consequência em grande parte do processo de paz com as Farc. Há anos, a fronteira entre a Colômbia e o Equador tem sido cenário de atividades ilegais, como tráfico de drogas, mineração ilegal e tráfico de todos os tipos", explica à AFP o general reformado Oswaldo Jarrín, ex-ministro da Defesa.

O governo do Equador atribui os recentes ataques a uma represália dos dissidentes, que segundo a Inteligência militar colombiana têm cerca de 1.200 combatentes.

"Desde o último trimestre, nossa presença na fronteira norte foi reforçada e tivemos resultados muito positivos: apreensão de drogas, agentes químicos, armas, logística e, acima de tudo, a detenção de membros desses grupos armados dissidentes organizados", explicou o Ministro Navas.

"O que temos que entender é onde a ameaça opera, a ameaça não opera em nosso território", acrescentou.

Depois dessa ofensiva, os presidentes do Equador, Lenín Moreno, e da Colômbia, Juan Manuel Santos, concordaram em fortalecer a colaboração de suas Forças Armadas para combater o "crime transnacional".

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