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Entrar com comboio de ajuda à Ucrânia seria invasão, diz EUA

Estados Unidos avisaram à Rússia que qualquer nova intervenção em território ucraniano equivaleria a uma invasão


	Soldados na Ucrânia: Moscou sugeriu enviar comboios humanitários ao leste da Ucrânia
 (Bulent Kilic/AFP)

Soldados na Ucrânia: Moscou sugeriu enviar comboios humanitários ao leste da Ucrânia (Bulent Kilic/AFP)

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Da Redação

Publicado em 8 de agosto de 2014 às 17h01.

Os Estados Unidos avisaram nesta sexta-feira à Rússia que qualquer nova intervenção em território ucraniano, inclusive "sob o pretexto da ajuda humanitária, seria inaceitável e equivaleria a uma invasão".

"A situação humanitária requer resposta, mas não daqueles que a causaram", defendeu a embaixadora americana na ONU, Samantha Power, no Conselho de Segurança depois de Moscou sugerir esta semana enviar comboios humanitários ao leste da Ucrânia para assistir à população.

Segundo Washington, as autoridades ucranianas já abriram corredores nessa parte do país e estão respondendo de forma adequada à crise.

Qualquer esforço adicional de ajuda, disse Power, pode ser canalizado através de organizações internacionais, e "não há nenhuma razão lógica pela qual a Rússia deva querer fornecê-la".

"Qualquer nova intervenção unilateral da Rússia em território ucraniano, mesmo que sob o pretexto de ajuda humanitária, seria completamente inaceitável e muito preocupante. E seria vista como uma invasão da Ucrânia", disse a diplomata.

A clara advertência dos Estados Unidos, que já se tinha oposto à ideia russa, chegou hoje em um debate no Conselho de Segurança sobre a situação humanitária na Ucrânia convocado pela Lituânia.

A reunião foi a segunda deste tipo esta semana, depois da promovida pela Rússia na terça-feira para levantar a possibilidade de enviar seus próprios comboios de ajuda à população ucraniana.

"Uma força de pacificação russa na Ucrânia é sem sentido: em cada passagem desta crise, os russos sabotaram a paz", opinou a embaixadora americana, ao citar que a anexação da Crimeia aconteceu depois de um "governo títere pedir à Rússia o envio de tropas para restaurar a paz".

Na mesma linha o embaixador britânico, Mark Lyall Grant, acusou a Rússia de "atiçar o conflito" e de querer agora intervir com ações unilaterais diante da situação humanitária que "ela mesma criou", em vez de cooperar com as agências internacionais.

"A Rússia é o problema, não a solução", denunciou Lyall Grant, que disse a Moscou que se quiser contribuir, o melhor que pode fazer é financiar as atividades humanitárias da ONU e parar de apoiar "grupos armados ilegais".

Enquanto o Ocidente intensificava as críticas a Moscou, o embaixador russo, Vitaly Churkin, denunciou mais uma vez a campanha militar ucraniana contra os separatistas e pediu uma "cessação imediata das hostilidades" para poder responder à situação humanitária no leste da Ucrânia.

O debate enfocou o último relatório sobre a situação dos direitos humanos no país feito pela ONU, no qual os grupos separatistas são acusados de imporem à população as consequências de uma "ruptura total da lei, da ordem e o reino do terror".

Churkin criticou a "falta de objetividade" do documento apresentado pelo Escritório da alta comissária para os Direitos Humanos no final de julho e disse que oferece uma "imagem muito sossegada" do que acontece na Ucrânia.

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