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Empresa tenta "recriar" mamutes e diz que animal pode ser visto até 2028

Informação foi anunciada na revista de biologia Cell e explica o que é chamado de "desextinção"

O mamute recriado pela empresa vai se parecer mais com o elefante (Aunt_Spray/Thinkstock)

O mamute recriado pela empresa vai se parecer mais com o elefante (Aunt_Spray/Thinkstock)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 14 de outubro de 2024 às 10h29.

Última atualização em 14 de outubro de 2024 às 11h20.

Os mamutes desapareceram da Terra há dez mil anos, mas com o avanço da ciência e o ganho de popularidade da chamada "desextinção", como na reconstrução de cromossosmos de um morto há mais de 50 mil anos na Sibéria, existem chances desse animais pré-históricos serem vistos novamente.

A informação foi anunciada pela renomada revista de biologia Cell e cita uma empresa americana de biotecnologia chamada Colossal Biosciences que prometeu que os primeiros filhotes de mamute voltarão ao mundo em 2028.
Segundo reportagem do Globo, o primeiro animal que deve aparecer do projeto não será exatamente um mamute. Será um híbrido, muito mais parecido com um elefante, por exemplo, criado a partir da combinação de técnicas de biologia sintética, bioinformática e clonagem.

Isso já foi feito em tipos humanos extintos?

Em seres humanos, por ora, o mais perto que se chegou foi sequenciar o genoma de hominídeos extintos. O primeiro foi o do Homem de Neandertal, em 2010, sequenciado por uma equipe liderada pelo sueco ganhador do Prêmio Nobel de Medicina Svante Paabo, diretor do Departamento de Biologia Evolutiva do Instituto Max Planck, na Alemanha.
O mesmo Paabo sequenciou depois, em 2019, o genoma do Denisovan, outro parente humano extinto, que habitou a Ásia, entre 30 mil e 50 mil anos atrás. O sueco ganhou o Nobel de Medicina justamente por seus estudos com genomas de hominídeos extintos.
Com os animais, a empresa de biotecnologia mais avançada para trazer ao mundo criaturas extintas é a Colossal Biosciences, do Texas, que em seu website anuncia planejar recriar, além do mamute-lanudo, o tigre-da-Tasmânia e o dodo - este último era uma ave enorme incapaz de voar das Ilhas Maurício. Foi caçada até desaparecer por completo em 1681.
Uma outra iniciativa da Colossal Biosciences é reviver o auroque, o ancestral da vaca doméstica, que também foi levado à extinção pela caça. O último foi abatido em 1627, na Polônia.
O CEO da Colossal Biosciences, Ben Lamm, declarou ao site Live Science que cientistas estão “mais perto do que as pessoas imaginam” de reviver espécies extintas. Lamm garante que a empresa planeja ver nascer os primeiros filhotes de mamute em 2028. Mas acrescentou ser “altamente provável que uma outra espécie extinta volte à vida antes do mamute”.

Polêmica ética

Esse trabalho de "ressuscitar" espécies extintas  tem despertado discussões éticas. Não são poucos os cientistas que alertam para riscos de desequilíbrios e que a desextinção é mais uma demonstração de poderio tecnológico do que uma iniciativa de conservação. O mundo onde essas criaturas viviam não existem mais. É uma discussão bem parecida com a que ocorre no filme Parque dos Dinossauros, de Steven Spielberg.
A unanimidade entre os cientistas é mais óbvia: muito melhor do que trazer novas espécies de volta à vida é não deixar que as atuais cheguem à extinção.

Fundação pela preservação

A Colossal Biosciences lançou recentemente a Colossal Foundation, que visa deter a crise de extinção utilizando novas tecnologias e abordagens. A organização já tem US$ 50 milhões para realizar suas atividades.

A fundação visa salvar espécies em risco, como a vaquita, o rinoceronte branco do norte, o rinoceronte de Sumatra, o pica-pau-bico-de-marfim e o pombo-rosa por meio de tecnologias para obter o material biológico e armazenar em um repositório e salvaguardar a diversidade genética.

A fundação também financiará e implantará tecnologias utilizando IA, aprendizado de máquina e biologia computacional, bem como abordagens baseadas em dados para evitar a extinção.

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