Um dos mais novos âncoras de notícias da Venezuela está sentado em um banquinho, vestindo uma camisa de flanela enquanto fala manchetes do dia. Ele atende por "El Pana", gíria venezuelana para "amigo". Só que ele não é real.
El Pana e sua colega "La Chama", ou "A Garota", são gerados usando inteligência artificial, embora pareçam, soem e se movam de forma realista.
Segundo a Reuters, os modelos foram criados como parte de uma iniciativa chamada "Operação Retweet" pela organização colombiana Connectas, liderada pelo diretor Carlos Huertas, para publicar notícias de uma dúzia de veículos de mídia independentes na Venezuela e, no processo, proteger repórteres, já que o governo lançou uma repressão a jornalistas e manifestantes.
Na mais recente onda autoritária do governo de Nicolás Maduro, a Justiça do país mandou prender Edmundo González, líder da oposição que reivindica a vitória nas eleições presidenciais de 28 de julho. Maduro também já se declarou vencedor, mesmo não apresentando provas.
"Decidimos usar inteligência artificial para ser o 'rosto' das informações que estamos publicando", disse Huertas em uma entrevista, "porque nossos colegas que ainda estão fazendo seu trabalho estão enfrentando muito mais riscos."
Pelo menos 10 jornalistas foram presos desde meados de junho e oito continuam detidos por acusações que incluem terrorismo, de acordo com a Repórteres Sem Fronteiras.
"Aqui, usar inteligência artificial é... quase como uma mistura entre tecnologia e jornalismo", disse Huertas, explicando que o projeto parecia "contornar a perseguição e a crescente repressão" do governo, pois não haveria ninguém que pudesse ser preso.
Maduro, no poder desde 2013, é apoiado pela Suprema Corte e pela autoridade eleitoral do país, que não publicou a contagem completa dos votos. Disse que não o fez por causa de um "ataque cibernético" mal explicado.
A oposição compartilhou o que diz ser mais de 80% das contagens de votos, mostrando uma vitória de Edmundo Gonzalez. O Centro Carter informou que os dados mostram uma "vitória clara" da oposição e também questionou a ação hacker.
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Maria Corina Machado
(A líder da oposição venezuelana, María Corina Machado (c), participa de passeio político em Guanare, estado de Portuguesa (Venezuela). Venezuela realizará eleições presidenciais em 28 de julho de 2024)
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Nicolás Maduro
(O presidente da Venezuela e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, discursa em evento de campanha nesta terça-feira, em área popular de Caracas (Venezuela). Maduro convidou os seus seguidores a celebrar no Palácio Miraflores – sede do Governo – em Caracas, o seu “triunfo” nas eleições de 28 de julho, quando competirá contra nove adversários pelo próximo mandato de seis anos no poder)
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Edmundo Gonzáles Urrutia
(O candidato presidencial venezuelano Edmundo Gonzalez (C) fala a estudantes ao lado de sua esposa Mercedes Lopez (2ª-L) e da líder da oposição venelana Maria Corina Machado (R) durzueante um comício de campanha na Universidade Central da Venezuela em Caracas, em 14 de julho de 2024)
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(A líder da oposição venezuelana María Corina Machado cumprimenta apoiadores nesta quarta-feira, em evento de campanha em Guanare (Venezuela). Machado afirmou que existe um movimento social de todas as idades e em todas as regiões do país pela “libertação”, mas também pela redenção, porque – disse – os venezuelanos devem curar as suas feridas e reunir-se)
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(Fotografia cedida pelo Palácio Miraflores do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, cumprimentando apoiadores durante evento de campanha nesta quarta-feira, em Caracas (Venezuela). Maduro pediu a milhares de trabalhadores que se reuniram em Caracas que votassem, antes das eleições de 28 de julho, ao mesmo tempo que prometeu recuperar os salários da classe trabalhadora, reduzidos durante os seus 11 anos de governo)
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Nicolás Maduro
(Seguidores do presidente da Venezuela e candidato presidencial, Nicolás Maduro, participam esta terça-feira num evento de campanha, numa zona popular de Caracas (Venezuela). Maduro disse que um “morruñeco (tolo)” não pode aspirar à presidência de um país, por isso destacou a importância de “ter saúde” para realizar esse trabalho e assumir os seus compromissos)
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(O presidente da Venezuela e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, discursa em evento de campanha nesta quinta-feira, em Caracas (Venezuela))
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Apoiadores do presidente da Venezuela e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, seguram cartazes em evento de campanha em Caracas (Venezuela)
(Apoiadores do presidente da Venezuela e candidato à reeleição, Nicolás Maduro, seguram cartazes em evento de campanha nesta quinta-feira, em Caracas (Venezuela))