Exame Logo

Em operação militar, Israel invade maior hospital de Gaza

Forças de defesa do país alegam ter matado um dos comandantes do grupo terrorista Hamas

Palestinos fogem da área após bombardeio israelense no centro da Cidade de Gaza em 18 de março de 2024, em meio aos combates em curso entre Israel e o grupo militante Hamas (AFP/AFP)

Publicado em 18 de março de 2024 às 15h15.

O Exército de Israel iniciou uma operação militar no maior hospital da Faixa de Gaza e em suas imediações nesta segunda-feira, 18. Segundo as forças de defesa israelenses,  terroristas do Hamas estão escondidos no local. Testemunhas relataram ataques aéreos e a presença de tanques perto o hospital Al Shifa, na cidade de Gaza, onde milhares de civis estão refugiados, de acordo com agências de notícias internacionais.

"A operação é baseada em informações sobre o uso do hospital por terroristas de alto escalão do Hamas", afirmou o Exército, que pediu à população civil que abandone "imediatamente" a área do hospital.

Veja também

Os combates começaram durante a madrugada nas imediações do hospital. Alguns moradores afirmaram que "mais de 45 tanques e veículos blindados de transporte de tropas israelenses" entraram em Al Rimal, bairro onde fica o hospital, observam agências internacionais.

"Os soldados identificaram terroristas atirando contra eles a partir de vários edifícios do hospital. Os soldados responderam aos terroristas e atingiram vários deles", afirmou o Exército. Os militares disseram que mataram um comandante do Hamas que estava armado e escondido dentro do centro médico, e que um dos seus próprios soldados foi morto na operação.

OMS "terrivelmente preocupada"

A Organização Mundial da Saúde (OMS) afirmou que está "terrivelmente preocupada" com os combates perto de Al Shifa, que funciona com capacidade mínima e com uma equipe reduzida. A ONU afirma que menos de um terço dos hospitais do território, cercado e à beira da fome, estão em funcionamento, mas apenas de maneira parcial.

Em resposta, a embaixadora de Israel na ONU, Meirav Eilon Shahar, disse também estar ""terrivelmente preocupada" que o Hamas militarize hospitais novamente em Gaza usando palestinos como escudos humanos", segundo escreveu no X.

"As Forças de Defesa de Israel impediram atividades terroristas no #HospitalAlShifa, onde o chefe das forças de segurança interna do Hamas estava operando. Israel está disposto a fornecer qualquer ajuda humanitária ao hospital e aos pacientes. Nosso pedido é simples: um fim imediato de todas as atividades terroristas do Hamas no hospital", disse a embaixadora na rede social.

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo terrorista Hamas, disse que cerca de 30 mil pessoas estão abrigadas no hospital, incluindo pacientes, pessoal médico e pessoas que fugiram de suas casas em busca de segurança. A guerra deslocou cerca de 80% da população de Gaza.

Hospital Shifa

O exército invadiu o Hospital Shifa pela última vez em novembro, depois de afirmar que o grupo terrorista Hamas mantinha um elaborado centro de comando nas instalações. Os militares revelaram um túnel que leva a algumas salas subterrâneas, bem como armas que disseram ter sido encontradas dentro do hospital. Mas as provas ficaram aquém das afirmações anteriores e os críticos acusaram o exército de colocar imprudentemente em perigo a vida de civis.

Em paralelo, em Rafah, cidade do extremo sul, os quase de 1,5 milhão de palestinos aglomerados, segundo a ONU, estão sob a ameaça de uma ofensiva terrestre. "Nenhuma pressão internacional impedirá que alcancemos todos os objetivos da nossa guerra", reiterou no domingo, 18, o primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, antes de dizer que não iniciará a operação "deixando a população presa".

Com Estadão Conteúdo e agências internacionais.

Acompanhe tudo sobre:IsraelHamasOriente Médio

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame