Eleições no Reino Unido testam apoio popular ao Brexit
Se vitória dos conservadores se confirmar, Brexit é dado como certo; se a oposição vingar, um novo referendo poderá ser feito
Da Redação
Publicado em 12 de dezembro de 2019 às 06h12.
Última atualização em 12 de dezembro de 2019 às 06h33.
São Paulo — Semanas após ter fechado o Parlamento britânico a fim de recompor sua base de apoio, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, colocará seu acordo do Brexit à prova em novas eleições parlamentares nesta quinta-feira.
Pesquisas apontam que o Partido Conservador de Johnson conseguirá a maioria do parlamento, o que na prática abrirá caminho para o divórcio. Caso o cenário não se concretize, no entanto, parte da oposição cogita um novo referendo sobre o assunto.
Nos últimos dias, pesquisas mostraram uma vantagem folgada do Partido Conservador de Johnson, com margem de 9 a 14 pontos sobre os trabalhistas de Jeremy Corbyn. Mas uma pesquisa divulgada pelo instituto YouGov, ontem, mostrou que a vantagem dos conservadores caiu de 68 para 28 deputados, o que pode levar o parlamento britânico a um novo impasse.
Johnson, que vem se mostrando confiante em conseguir a maioria absoluta no Parlamento nas eleições desta quinta-feira, garantiu que negociará um acordo como “nenhum outro” com a União Europeia a partir do respaldo popular. “Não há nenhuma razão para que, entre janeiro e o fim do próximo ano, não concluiremos esse livre acordo comercial e tenhamos uma nova relação com a UE baseada em tarifas zero”, disse o primeiro-ministro.
Para o líder conservador, é importante que o empresariado tenha certeza que até o fim 2020, data limite para a transição do Brexit, as empresas britânicas tenham as mesmas condições de competitividade que as do bloco continental. Johnson também se mostra otimista em conseguir aprovar, após as eleições, o acordo que obteve com a UE no Parlamento.
Aprovado por 52% dos britânicos em um referendo de 2016, o Brexit se alongou muito mais do que o previsto; teve diversos acordos recusados pelo Parlamento e causou a renúncia de dois premiês. As eleições desta quinta-feira devem fornecer mais pistas se a novela está próxima do fim.