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EI usa foto de menino sírio afogado como propaganda

Revista oficial do Estado Islâmico publicou artigo alertando que fugir em direção à Europa pode causa morte, como no caos de Aylan Kurdi


	Grafite em muro de Sorocaba: EI está usando foto de menino em propaganda
 (Paulo Whitaker/Reuters)

Grafite em muro de Sorocaba: EI está usando foto de menino em propaganda (Paulo Whitaker/Reuters)

Victor Caputo

Victor Caputo

Publicado em 13 de setembro de 2015 às 17h33.

São Paulo – O Estado Islâmico está usando a foto do menino sírio Aylan Kurdi em suas propagandas. Kurdi, de apenas três anos, era um refugiado e morreu afogado enquanto atravessava da Turquia à Grécia. A foto rodou e comoveu o mundo recentemente.

Em uma ação inesperada, o EI passou a usar a imagem como exemplo do que pode acontecer com pessoas que tentam fugir da guerra. O material foi publicado na revista oficial do grupo, a Dabiq.

O material sugere às pessoas que ao tentar fugir de áreas controladas pelo grupo em regiões do Iraque ou da Síria, corre-se o risco de terminar morto. De acordo com o noticiário The Atlantic, o conteúdo ainda diz que a fuga resulta em “filhos e netos abandonando o islã pelo cristianismo, ateísmo ou liberalismo”.

O conteúdo foi veiculado em um texto chamado “Os perigos de abandonar Dārul-Islām”. Dārul-Islām são, de maneira geral, as terras sob o comando do Estado Islâmico.

É importante lembrar que a fuga da família de Aylan Kurdi tinha como objetivo fugir dos membros do EI. A família do menino estava indo em direção à Europa partindo da cidade de Kobani, que estava sob comando do Estado Islâmico há alguns meses.

O artigo ainda menciona tragédias e mortes em países como Líbia, Itália e Áustria. O EI afirma que esses problemas deveriam “despertar o coração” daqueles que estão em fuga.

Dabiq

A Dabiq é uma das principais formas de propaganda do Estado Islâmico. A revista reflete o posicionamento político e social do grupo.

Nela, já foram publicadas mensagens de ódio e apoio à ideia da escravidão. O grupo apoiava que família “infiéis” deveria ser escravizadas para benefício dos apoiadores do Estado Islâmico.

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