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Egípcios vão voltar às ruas no aniversário da revolução

Movimento que começou os protestos em janeiro de 2011 diz que nada mudou no Egito depois dos protestos e promete tomar as ruas do país novamente

Manifestantes dizem que burocracia e corrupção no país continuam mesmo depois da queda do antigo regime (Mohamed Hossam/AFP)

Manifestantes dizem que burocracia e corrupção no país continuam mesmo depois da queda do antigo regime (Mohamed Hossam/AFP)

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Da Redação

Publicado em 6 de janeiro de 2012 às 08h33.

São Paulo - "Você sente alguma mudança de verdade depois da revolução? A resposta é 'não'". A frase é o resumo de um manifesto publicado hoje pelo movimento 6 de Abril, protagonista da revolução que varreu o Egito no ano passado. O texto, postado na página do grupo no Facebook, deixa clara a insatisfação com o atual governo, e avisa: a revolução ainda não acabou.

Um ano depois do início do movimento que destituiu o antigo presidente egípcio Hosni Mubarak, pouca coisa mudou país, segundo os líderes do 6 de Abril. A burocracia continua mantendo os egípcios em "longas filas, com esperas eternas" para resolver coisas simpes, como a renovação de uma licença. 

"Você já tentou conseguir uma assinatura sem ter que subornar alguém? Já tentou resolver um problema sem ter que ouvir as palavras 'volte amanhã, ou volte na semana que vem'? Notou alguma mudança no sistema de educação do país? Nada vai mudar, porque o governo não mudou", diz o manifesto.

O grupo diz que o Conselho Supremo das Forças Armadas (SCAF, na sigla em inglês) tem rejeitado qualquer mudança mais profunda na forma de governar o país, mantendo as velhas figuras que impregnavam o governo de corrupção. Por estas razões, o grupo promete voltar às ruas do Cairo no dia 25 de janeiro, exatamente um ano depois do início dos protestos.

"O governo insiste em envolver o exército na política. Eles esquecem que os egípcios fizeram a revolução contra a opressão e corrupção e não vão mais aceitar viver como escravos, nem ficar em silêncio. Decidimos voltar às ruas para exigir que o conselho militar deixe o poder, e que um novo parlamento seja eleito", conclui o texto.

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