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Sucessor de Saleh: militar discreto será presidente consensual

Acordo no Iêmen deve fazer do general Abdrabuh Mansur Hadi o próximo presidente do país por dois anos

Manifestantes no Iêmen: oposição deve indicar membros para o governo de transição (AFP)

Manifestantes no Iêmen: oposição deve indicar membros para o governo de transição (AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de novembro de 2011 às 15h02.

Sanaa - Abdrabuh Mansur Hadi, que assumiu a presidência do Iêmen desde que Ali Abdullah Saleh assinou um plano de saída, é um general de perfil discreto, que emergiu como o homem do consenso durante a crise.

Segundo acordo apoiado pela ONU, o vice-presidente Hadi imediatamente assume a autoridade executiva, enquanto Saleh permanece como presidente honorário por 90 dias.

Durante o período interino, Saleh não está apto para fazer cumprir qualquer decisão política nem vetar nenhuma de Hadi.

A oposição também deve apresentar imediatamente um candidato para chefiar uma unidade nacional de governo a ser formada durante os 90 dias.

O novo governo elegeria então Hadi como o presidente consensual por dois anos, de acordo com fontes políticas.

Hadi, um major-general do sul, tem sido o vice-presidente de Saleh desde 1994 e é também o secretário-geral do partido no poder, o Congresso Geral do Povo (GPC). Mas ele nunca teve um papel principal na política do Iêmen.

Em junho, Hadi substituiu Saleh, conforme a Constituição, depois que o presidente de 69 anos ficou ferido em um ataque em seu complexo em Riad, e passou mais de três meses em tratamento no reino.

Nascido em 1º de maio de 1945, na vila de Dhakin, na província de Abyan, quando esta era um protetorado britânico, Hadi passou por treinamento militar no Reino Unido e no Egito. Sua cidade natal é atualmente um foco da atividade da Al-Qaeda.

Graduado na academia militar no antigo e independente Iêmen do Sul em 1964, ele permaneceu com seu perfil discreto e quase nada foi escrito sobre ele durante anos.

Era uma figura "low-profile" na luta pela liberdade do Iêmen do Sul que conquistou a independência em novembro de 1967. No entanto, ganhou importância em sua carreia militar na única nação marxista do mundo árabe, um Estado com laços próximos à ex-União Soviética durante a Guerra Fria.

Ele permaneceu leal ao presidente do Iêmen do Sul que foi forçado, em janeiro de 1986, a buscar proteção no vizinho Iêmen do Norte, um país que já era governado por Saleh, no poder desde 1978. A unificação do Iêmen foi proclamada no dia 22 de maio de 1990.

Os sulistas tentaram se separar em maio de 1994, provocando uma sangrenta guerra civil durante a qual Hadi estreitou os laços com os iemenitas do norte, para esmagar os separatistas. Durante a guerra civil, Hadi foi nomeado Ministro da Defesa.

Com a vitória sobre as forças do sul em outubro de 1994, ele foi promovido ao posto de vice-presidente e mantido até agora, apesar de uma série de crises políticas, sectárias e tribais.

Tem duas filhas e três filhos e é autor de muitos livros, incluindo um sobre a defesa militar de áreas montanhosas.

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