Angela Merkel: desde janeiro, Copenhague mantém controles aleatórios em suas fronteiras com Alemanha e Suécia (Stefanie Loos / Reuters)
Da Redação
Publicado em 9 de março de 2016 às 18h02.
Washington - Em visita a Washington, o ministro dinamarquês das Relações Exteriores, Kristian Jensen, criticou a chanceler alemã, Angela Merkel, nesta quarta-feira, por sua posição sobre a crise dos refugiados na Europa nos últimos meses.
Falando em um centro de estudos na capital americana, Jensen comentou tanto a política de recebimento de mais de um milhão de refugiados e imigrantes por parte de Berlim, quanto o papel central de Merkel no acordo firmado entre União Europeia (UE) e Turquia esta semana.
Ele ironizou o fato de a chanceler alemã ter sido "acusada de convidar os refugiados no mundo: 'venham para a Alemanha, são bem-vindos, temos moradia e trabalho'" e de querer, depois disso, "resolver, tardiamente, o problema".
O princípio de acordo alcançado na segunda-feira entre os líderes da UE com a Turquia para conter o fluxo de imigrantes para o bloco foi duramente criticado hoje na Eurocâmara.
A principal queixa é que "se entregou as chaves da porta da Europa" ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
"Depois de fazer muito pouco muito tarde, agora, assume suas responsabilidades, e acho que faz um trabalho muito bom", reconheceu Jensen.
Mas - alfinetou o ministro - Merkel "deve, provavelmente, lembrar-se de que é preciso informar e ouvir, porque, embora seja tão forte e grande, a Alemanha não pode decidir pelos outros 27" Estados europeus.
Desde janeiro, Copenhague mantém controles aleatórios em suas fronteiras com Alemanha e Suécia.