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Vitória de Dilma ganha a primeira página dos jornais estrangeiros

Imprensa aponta que Dilma terá de controlar gastos públicos e aumentar investimentos em infraestrutura

Dilma Rousseff, uma tecnocrata sisuda, com pouco apelo popular, segundo o FT (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

Dilma Rousseff, uma tecnocrata sisuda, com pouco apelo popular, segundo o FT (Wilson Dias/AGÊNCIA BRASIL)

Diogo Max

Diogo Max

Publicado em 1 de novembro de 2010 às 08h18.

São Paulo - A vitória da candidata Dilma Rousseff, do PT, ganhou a primeira página dos principais jornais do mundo nesta segunda-feira. Muitas publicações destacam o feito histórico para o Brasil, que elegeu pela primeira vez a sua primeira presidente mulher. Outros abordam os principais desafios econômicos e políticos que Dilma Rousseff terá de enfrentar dentro do País.  

Para o jornal inglês Financial Times, que descreve Dilma como “uma tecnocrata sisuda, com pouco apelo popular”, a presidente eleita terá de controlar os gastos públicos, para permitir um aumento nos investimentos em infraestrutura e na melhoria dos serviços públicos. 

Para a publicação, a presidente eleita foi “vaga” durante a campanha sobre seus planos fiscais, “embora tenha salientado que não faria nenhuma mudança nos pilares centrais macro-econômicos de metas de inflação, câmbio flutuante e redução gradual da dívida pública líquida”.

Para o norte-americano Wall Street Journal, o governo Dilma focará mesmo no investimento em infraestrutura, como as obras para estádios da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016, além das hidrelétricas na Região Norte do País e no trem-bala, que deve ligar São Paulo ao Rio de Janeiro.    

“Para fazer isso, alguns economistas temem que Dilma Rousseff irá intervir mais fortemente na economia, uma tendência que se acelerou quando o governo tomou recentemente uma maior participação na gigante Petrobras”, alerta o Wall Street Journal.

Os norte-americanos ressaltam também que as taxa de juros brasileira já está entre as mais altas do mundo e que o Real está sobrevalorizado, o que pode se tornar “uma combinação para a desaceleração da economia”. O Wall Street Journal lembra ainda que o Brasil têm diversos problemas sociais que precisam ser resolvidos, como a expectativa de vida, a mortalidade infantil e o baixo nível de educação da sociedade.

Seleto grupo

O jornal The New York Times publicou em sua edição imprensa desta segunda-feira que Dilma Rousseff entra num seleto grupo de mulheres que se tornaram líderes, nos últimos cinco anos, com expressividade regional e mundial. Na lista, estão Michelle Bachelet, Cristina Kirchner e Angela Merkel. 

“Ao escolher Dilma, que não tem experiência nenhuma em ser candidata, os eleitores enviaram uma mensagem de que preferem dar ao PT mais tempo para ampliar o sucesso das políticas econômicas de Lula”, diz a publicação nova-iorquina. Para o jornal, o governo Lula  “aprofundou a estabilidade econômica” e “fez milhões de brasileiros saírem da pobreza e entrar na classes média baixa”. 

O jornal inglês The Guardian, por outro lado, ressalta que Dilma assume o poder em um país que deverá ser a quinta maior economia do mundo em 2016, mesma época dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. E terá como primeiro desafio a “guerra cambial”.

“O valor do Real inchou desde que o presidente Lula assumiu o poder, deixando desesperados os exportadores e os executivos do Goldman Sachs, que classificaram-na como a moeda mais sobrevalorizada na terra”, diz o Guardian. Outro problema apontado pelo jornal inglês está na segurança pública. 

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