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Dez países árabes apoiam ofensiva americana contra EI

Após pronunciamento de Obama, o secretário de Estado, John Kerry, conseguiu convencer seus colegas de dez países em uma reunião em Jidá

Secretário de Estado dos EUA, John Kerry: ele manterá ofensiva diplomática na região com uma visita no sábado ao Cairo (Jim Watson/AFP)
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Da Redação

Publicado em 11 de setembro de 2014 às 17h21.

Jidá - Os Estados Unidos receberam nesta quinta-feira o apoio de dez países árabes à sua campanha para combater o Estado Islâmico ( EI ) no Iraque e na Síria , mas Damasco advertiu para ataques sem o seu consentimento.

Após o pronunciamento feito na quarta-feira pelo presidente americano Barack Obama em Washington, o secretário de Estado, John Kerry, conseguiu convencer seus colegas de dez países em uma reunião em Jidá (Arábia Saudita).

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Arábia Saudita, Bahrein, Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Catar, Omã, Egito, Iraque, Jordânia, Líbano, e Estados Unidos "declararam seu compromisso de união contra a ameaça representada pelo terrorismo em todas as suas formas, incluindo o suposto Estado Islâmico", indica o comunicado comum divulgado ao fim da reunião.

Este compromisso pode significar uma participação em uma "campanha militar coordenada", indica o texto sem entrar em detalhes.

Kerry vai manter sua ofensiva diplomática no Oriente Médio com uma visita no sábado ao Cairo, onde se reunirá com o secretário-geral da Liga Árabe.

"Nosso objetivo é claro: vamos enfraquecer e destruir o EI", uma "organização terrorista que quer apenas massacrar todos os que se opõem a ela", disse Obama em um discurso na quarta-feira à noite. "Não hesitarei em atuar contra o EI na Síria e no Iraque", completou.

Neste sentido, a aviação americana deve prosseguir com os bombardeios às posições do EI no Iraque e levá-los à Síria. O governo americano segue, no entanto, descartando o envio de tropas terrestres.

Segundo o porta-voz do Departamento americano de Defesa, John Kirby, os Estados Unidos vão começar a posicionar seus aviões na base militar de Erbil, no Curdistão iraquiano, para possibilitar ataques "mais ofensivos" contra o EI.

Mas nem tudo está resolvido, já que os legisladores republicanos votarão apenas na terça-feira da próxima semana a possibilidade de os Estados Unidos treinarem e equiparem rebeldes sírios.

Depois de uma reunião realizada nesta quinta-feira, vários representantes republicanos consideraram pouco provável que haja uma votação rápida autorizando o treinamento militar de rebeldes sírios moderados.

Os congressistas receberam relatórios sigilosos sobre a ameaça do Estado Islâmico e deverão debater a questão até a próxima semana.

Alguns conservadores acham que a estratégia proposta por Obama não é suficiente para derrotar o EI.

1.600 americanos no Iraque

O Iraque e a oposição síria, principais beneficiários da ajuda americana para combater o grupo sunita extremista responsável por atos bárbaros, comemoraram o anúncio de Obama, mas Damasco advertiu que uma ação "sem o consentimento do governo sírio seria um ataque à Síria".

Para o Iraque, o governo americano anunciou o envio de 475 conselheiros militares a mais para formar e ajudar as forças curdas e iraquianas. Este esforço elevará para 1.600 o número de militares americanos presentes no país.

Além disso, Washington aumentará o apoio aéreo às forças de segurança iraquianas, com ataques a partir do próprio território do Iraque.

Até o momento, Obama havia insistido em virar a página após dez anos de guerra no Iraque, de onde as tropas americanas se retiraram em 2011.

Contudo, o governo americano viu-se obrigado a agir depois da decapitação de dois jornalistas americanos sequestrados na Síria por integrantes do EI.

Diante da perspectiva de ataques aéreos em território sírio, a Rússia considerou que tais bombardeios sem o aval das Nações Unidas constituiriam "uma violação flagrante" do direito internacional.

"Se não fosse pelo fato de a situação na Ucrânia ser muito grave, eu me atreveria a rir do que a Rússia fala sobre direito internacional", reagiu Kerry, em referência ao conflito no leste ucraniano em que tropas russas estariam envolvidas.

Hollande no Iraque

Já a Turquia, presente na reunião em Jidá, confirmou que não participará das operações militares, "concentrando-se apenas nas operações humanitárias".

Na Europa, a Alemanha rejeitou qualquer participação em eventuais bombardeios na Síria, enquanto o primeiro-ministro britânico David Cameron "não descarta nenhuma possibilidade".

Já o presidente francês, François Hollande, viajará na sexta-feira ao Iraque e, segundo seu chanceler Laurent Fabius, Paris pode participar dos ataques aéreos neste país "se for necessário".

Para os Estados Unidos, regionalmente, a Arábia Saudita será "o elemento-chave da coalizão, por seu tamanho, peso econômico e alcance religioso entre os sunitas", segundo autoridades americanas.

Antes de seu discurso, Obama e o rei da Arábia Saudita, Abdullah Abdullah, ressaltaram a necessidade de ajudar a oposição síria.

Além disso, Washington pretende reforçar as bases no Golfo e aumentar os voos de vigilância na região, segundo uma fonte do Departamento de Estado.

Nesta quinta-feira, rebeldes da Frente Al-Nosra, braço sírio da Al-Qaeda, libertaram 45 capacetes azuis sequestrados em 28 de agosto nas Colinas de Golã, segundo a ONU.

Em outro episódio da guerra na Síria, a aviação matou 28 civis em uma localidade no norte do país controlada pelo EI, de acordo com uma ONG.

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