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Detector de caixas-pretas entra em ação na busca pelo MH370

Enquanto a longa busca continua, o líder da oposição na Malásia afirmou que acredita que as autoridades estejam escondendo informações sobre a crise

Navio australiano: embarcação "Ocean Shield", da Austrália, chegou à zona de busca com um sonar (o "towed pinger locator") dos Estados Unidos, capaz de rastrear sinais de uma caixa-preta (Pool/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 4 de abril de 2014 às 18h26.

Um dispositivo americano especializado em detectar caixas-pretas passou a integrar as buscas pelo voo MH370 nesta sexta-feira, enquanto o comando da operação alertou que o sinal do equipamento pode expirar em breve.

Enquanto a longa busca continua, o líder da oposição na Malásia , Anwar Ibrahim, afirmou que acredita que as autoridades estejam escondendo informações sobre a crise.

A embarcação "Ocean Shield", da Austrália, chegou à zona de busca com um sonar (o "towed pinger locator") dos Estados Unidos, capaz de rastrear sinais de uma caixa-preta, juntando-se a 14 aviões que procuram o Boeing no Oceano Índico.

O voo da Malaysia Airlines desapareceu em 8 de março, a as autoridades australianas, que coordenam a operação, apressaram o uso do mecanismo porque o sinal da caixa-preta geralmente desaparece depois de 30 dias.

O avião sumiu dos radares enquanto voava de Kuala Lumpur, na Malásia, para Pequim, com 239 pessoas a bordo. O episódio intrigou especialistas em aviação e gerou críticas ao governo malaio, que não soube explicar o desaparecimento.

Buscas submarinas

Anwar disse estar "perplexo" com a falha do serviço militar malaio, que chegou a detectar uma meia-volta do avião, em direção ao país.

"Infelizmente, a maneira como o assunto foi tratado nos primeiros dias foi claramente suspeita", declarou o opositor ao jornal britânico "Daily Telegraph".

"Informações evidentemente essenciais para o nosso entendimento estão faltando. Acredito que o governo saiba mais do que nós", acrescentou, sem entrar em detalhes.


As autoridades declaram que dados de satélites indicaram que o MH370 caiu no Oceano Índio, ao oeste da Austrália.

O "Ocean Shield", que também lançou um drone submarino para mapear a região, juntou-se ao "HMS Echo", da Inglaterra, que começou a procurar transmissões da caixa-preta, na quinta.

Mas, apesar de buscas exaustivas, nenhum destroço que prove que o avião caiu na área foi encontrado

Leavy, oficial da Marinha australiana, admitiu que as buscas submarinas são um tiro no escuro, e que os dois navios terão que se locomover de forma extremamente devagar para aumentar as chances de encontrar algo.

"Não temos ainda uma mudança nas buscas", afirmou.

"Nenhuma evidência de grande porte foi notada até aqui. Por isso tomamos a decisão de vasculhar uma área submarina, onde análises indicam que o MH370 deve ter caído", explicou.

As duas embarcações vão atuar em um corredor de 240 quilômetros de oceano.

Demora em agir

Anwar declarou que um sistema de radar "sofisticado", do qual ele autorizou a compra quando era ministro das Finanças, em 1994, deveria ter levado a uma ação militar imediata.

As Forças Armadas afirmaram logo após o acidente que um radar havia detectado um objeto não identificado se movendo em direção ao Oceano Índico, mas que não fizeram nada porque ele não parecia "hostil".


A decisão foi criticada porque levou a uma perda de tempo nas buscas. Somente uma semana depois foi confirmado que o objeto em questão era o MH370, reorientando as operações, que até então estavam focadas no Mar da China Meridional.

Sobre as críticas do líder da oposição, o porta-voz do governo declarou: "Em vez de tentar explorar a tragédia para tirar proveito eleitoral, seria construtivo se ele pudesse apoiar o governo na sua tentativa de coordenar a operação internacional".

O governo malaio é marcado pela falta de transparência, geralmente escondendo escândalos. Mas o ministro do Transporte, Hishammuddin Hussein, insistiu nesta semana que não está escondendo nada sobre o desaparecimento.

O chefe da polícia, Khalid Abu Bakar, informou na quarta-feira que a investigação dos 227 passageiros e dos 12 membros da tripulação sobre um possível sequestro ou sabotagem não resultaram em nada, e alertou para a possibilidade de o governo nunca descobrir o que de fato aconteceu.

As autoridades também têm sofrido críticas das famílias dos 153 chineses que estavam a bordo. Muitos denunciam uma armação e chamam o governo de "assassino".

O governo da China também expressou seu descontentamento, que aumentou com o sequestro de um turista chinês em um resort na Malásia, na quarta-feira.

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Um dispositivo americano especializado em detectar caixas-pretas passou a integrar as buscas pelo voo MH370 nesta sexta-feira, enquanto o comando da operação alertou que o sinal do equipamento pode expirar em breve.

Enquanto a longa busca continua, o líder da oposição na Malásia , Anwar Ibrahim, afirmou que acredita que as autoridades estejam escondendo informações sobre a crise.

A embarcação "Ocean Shield", da Austrália, chegou à zona de busca com um sonar (o "towed pinger locator") dos Estados Unidos, capaz de rastrear sinais de uma caixa-preta, juntando-se a 14 aviões que procuram o Boeing no Oceano Índico.

O voo da Malaysia Airlines desapareceu em 8 de março, a as autoridades australianas, que coordenam a operação, apressaram o uso do mecanismo porque o sinal da caixa-preta geralmente desaparece depois de 30 dias.

O avião sumiu dos radares enquanto voava de Kuala Lumpur, na Malásia, para Pequim, com 239 pessoas a bordo. O episódio intrigou especialistas em aviação e gerou críticas ao governo malaio, que não soube explicar o desaparecimento.

Buscas submarinas

Anwar disse estar "perplexo" com a falha do serviço militar malaio, que chegou a detectar uma meia-volta do avião, em direção ao país.

"Infelizmente, a maneira como o assunto foi tratado nos primeiros dias foi claramente suspeita", declarou o opositor ao jornal britânico "Daily Telegraph".

"Informações evidentemente essenciais para o nosso entendimento estão faltando. Acredito que o governo saiba mais do que nós", acrescentou, sem entrar em detalhes.


As autoridades declaram que dados de satélites indicaram que o MH370 caiu no Oceano Índio, ao oeste da Austrália.

O "Ocean Shield", que também lançou um drone submarino para mapear a região, juntou-se ao "HMS Echo", da Inglaterra, que começou a procurar transmissões da caixa-preta, na quinta.

Mas, apesar de buscas exaustivas, nenhum destroço que prove que o avião caiu na área foi encontrado

Leavy, oficial da Marinha australiana, admitiu que as buscas submarinas são um tiro no escuro, e que os dois navios terão que se locomover de forma extremamente devagar para aumentar as chances de encontrar algo.

"Não temos ainda uma mudança nas buscas", afirmou.

"Nenhuma evidência de grande porte foi notada até aqui. Por isso tomamos a decisão de vasculhar uma área submarina, onde análises indicam que o MH370 deve ter caído", explicou.

As duas embarcações vão atuar em um corredor de 240 quilômetros de oceano.

Demora em agir

Anwar declarou que um sistema de radar "sofisticado", do qual ele autorizou a compra quando era ministro das Finanças, em 1994, deveria ter levado a uma ação militar imediata.

As Forças Armadas afirmaram logo após o acidente que um radar havia detectado um objeto não identificado se movendo em direção ao Oceano Índico, mas que não fizeram nada porque ele não parecia "hostil".


A decisão foi criticada porque levou a uma perda de tempo nas buscas. Somente uma semana depois foi confirmado que o objeto em questão era o MH370, reorientando as operações, que até então estavam focadas no Mar da China Meridional.

Sobre as críticas do líder da oposição, o porta-voz do governo declarou: "Em vez de tentar explorar a tragédia para tirar proveito eleitoral, seria construtivo se ele pudesse apoiar o governo na sua tentativa de coordenar a operação internacional".

O governo malaio é marcado pela falta de transparência, geralmente escondendo escândalos. Mas o ministro do Transporte, Hishammuddin Hussein, insistiu nesta semana que não está escondendo nada sobre o desaparecimento.

O chefe da polícia, Khalid Abu Bakar, informou na quarta-feira que a investigação dos 227 passageiros e dos 12 membros da tripulação sobre um possível sequestro ou sabotagem não resultaram em nada, e alertou para a possibilidade de o governo nunca descobrir o que de fato aconteceu.

As autoridades também têm sofrido críticas das famílias dos 153 chineses que estavam a bordo. Muitos denunciam uma armação e chamam o governo de "assassino".

O governo da China também expressou seu descontentamento, que aumentou com o sequestro de um turista chinês em um resort na Malásia, na quarta-feira.

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