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Desabamento de prédio mata mais de 120 pessoas em Bangladesh

O edifício Rana Plaza, que além das unidades de confecção, também abrigava um mercado e um banco, desabou às 09h00 (00h00 de Brasília) em Savar, perto de Dacca


	"O prédio todo desabou em minutos. A maioria dos trabalhadores não teve chance de escapar," disse o chefe do Departamento Nacional de Incêndios, Ahmed Ali
 (REUTERS/Andrew Biraj)

"O prédio todo desabou em minutos. A maioria dos trabalhadores não teve chance de escapar," disse o chefe do Departamento Nacional de Incêndios, Ahmed Ali (REUTERS/Andrew Biraj)

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Da Redação

Publicado em 24 de abril de 2013 às 20h38.

Ao menos 127 pessoas morreram e mais de 1.000 ficaram feridas nesta quarta-feira no desabamento de um edifício de oito andares que abrigava confecções têxteis nas proximidades da capital de Bangladesh, Dacca.

O edifício Rana Plaza, que além das unidades de confecção, também abrigava um mercado e um banco, desabou às 09h00 (00h00 de Brasília) na localidade de Savar, perto de Dacca.

Apenas o primeiro andar do prédio ficou intacto, mas o local parecia ter sido atingido por um terremoto, o que leva as autoridades a temer que o registro de vítimas possa aumentar.

"O prédio todo desabou em minutos. A maioria dos trabalhadores não teve chance de escapar," disse à AFP o chefe do Departamento Nacional de Incêndios, Ahmed Ali.

"Nós ainda podemos ouvir gritos fracos de algumas pessoas presas", disse.

Segundo o ministro do Interior, Muhiudin Khan, o prédio foi construído sem respeitar a legislação vigente.

Com o auxílio de gruas, centenas de bombeiros e oficiais do Exército trabalhavam no local em busca de sobreviventes entre a montanha de escombros e de ferros retorcidos. Os socorristas transportavam os feridos em macas improvisadas.

Alguns funcionários das confecções alertaram publicamente na noite de terça-feira para a existência de rachaduras, o que provocou pânico entre os trabalhadores. O problema chegou a provocar uma correria que deixou dez feridos. Mas todos foram obrigados a retornar ao trabalho pelos chefes.


"Os chefes nos obrigaram a voltar e uma hora depois do retorno o edifício desabou com um grande barulho", contou à AFP Musumi, uma operária de 24 anos.

Musumi afirmou que quase 5.000 pessoas trabalhavam no edifício, que também tinha apartamentos e lojas.

"Estou ferida. Não encontrei meu marido, que trabalha no quarto andar", disse.

Ne cenário da tragédia, corpos e pessoas feridas eram retirados das partes mais altas da montanha de escombros com escorregas improvisados feitos de pedaços de pano que horas antes estavam sendo usados para confeccionar roupas para consumidores ocidentais.

"A busca por sobreviventes vai continuar por toda a noite, pelo tempo que for necessário," disse Ahmed Ali.

Uma das unidades de confecção era a New Wave Style, que em seu site informa que trabalha para a empresa espanhola Mango e para a italiana Benetton.

A indústria têxtil de Bangladesh é a segunda maior do mundo. Abastece sobretudo marcas ocidentais de baixo custo.

Mas o setor é muito criticado por não respeitar as normas de segurança. Em novembro de 2012, um incêndio em uma fábrica têxtil matou 111 pessoas no subúrbio de Dacca.

Os desabamentos de imóveis em Bangladesh são frequentes, já que as normas de segurança da construção civil raramente são aplicadas no país. Em 2005, pelo menos 70 pessoas morreram no desabamento de uma fábrica têxtil na região de Dacca.

Em novembro do ano passado, 13 pessoas morreram na queda de uma ponte em construção na cidade portuária de Chitagong.

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