Rupert Murdoch e seu filho James responderam à comissão do Parlamento britânico sobre o caso das escutas ilegais do tabloide News of the World (AFP)
Da Redação
Publicado em 22 de julho de 2011 às 09h00.
Londres - O depoimento de James Murdoch, presidente da News International, nesta semana no Parlamento britânico pelo caso das escutas ilegais do News of the World foi colocado nesta sexta-feira em dúvida por dois ex-diretores da empresa.
James Murdoch e seu pai, Rupert Murdoch, presidente da News Corporation, depuseram na terça-feira diante do Comitê de Meios de Comunicação da Câmara dos Comuns sobre o escândalo das escutas ilegais feitas pelo dominical.
No entanto, o ex-diretor do "News of the World" Colin Myler e o ex-responsável legal da News International Tom Crone questionaram nesta sexta-feira a resposta de James Murdoch sobre um e-mail no qual sugeriram que os grampos telefônicos estavam estendidos.
Em sua declaração, Murdoch disse que não "sabia" que o jornal desse a entender que a prática das escutas não era supostamente exclusiva de um único jornalista, sobre o caso que envolvia um diretor da Federação de Futebol.
Em abril de 2008, James Murdoch autorizou o pagamento de 678 mil euros, como parte de um acordo extrajudicial, a Gordon Taylor, diretor da Federação de Futebol, depois que este apresentasse medidas legais contra o "News of the World" por ter tido seu telefone grampeado.
Em comunicado, divulgado nesta sexta-feira, Myler e Crone detalharam que James Murdoch se "equivocou" quando respondeu ao comitê sobre o litígio com Gordon Taylor, já que afirmam ter informado sobre a existência do e-mail que fazia referência aos grampos e procedia dos advogados de Taylor.
O presidente da News International disse nesta sexta-feira, no entanto, que respalda o depoimento que prestou diante do comitê.
Em resposta a esta situação, o presidente do Comitê de Meios de Comunicação, John Whittingdale, assinalou que pode pedir a James Murdoch que esclareça as respostas por escrito.
O "News of the World" fez durante anos, aparentemente de forma sistemática, a interceptação de celulares de famosos, jornalistas e pessoas envolvidas em crimes.
Em 2006 tornou-se público esta prática de espionagem, mas a investigação foi fechada depois pela Polícia, embora tenha recomeçado uma nova investigação em janeiro.
O escândalo agravou-se semanas atrás ao ser revelado que grampos telefônicos de familiares de vítimas de crimes, terrorismo e de soldados mortos em combate.