Mundo

Democratas tentam se aproveitar dos problemas do JP Morgan

Senadores ligam episódio em que o banco perdeu 2 bilhões de dólares à regulação frouxa

Senador Carl Levin (Democrata) durante testemunho ao Senado americano que ouviu diretores do Goldman Sachs, em 27 de abril de 2010 (Win McNamee/Getty Images)

Senador Carl Levin (Democrata) durante testemunho ao Senado americano que ouviu diretores do Goldman Sachs, em 27 de abril de 2010 (Win McNamee/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 12 de maio de 2012 às 11h38.

São Paulo - Os democratas americanos tentam tirar proveito dos problemas do banco JP Morgan Chase, que, segundo eles, ilustram os males do programa liberal do candidato presidencial republicano Mitt Romney.

Os 2 bilhões de dólares perdidos devido a "erros" e "falta de rigor" em operações financeiras pelo banco nova-iorquino levaram na sexta-feira os senadores democratas Jeff Merkley e Carl Levin a atacar especialmente Romney.

"Temos um candidato à presidência que quer excluir integralmente a lei" de regulação financeira de 2010, chamada de Dodd-Frank, disse à imprensa Levin, considerado um intervencionista em matéria econômica. "Mitt Romney não quer simplesmente criar um vácuo jurídico (...). Vai muito além. Revogaria a lei Dodd-Frank", acrescentou.

O candidato, em campanha na Carolina do Norte (sudeste), não respondeu. Seu porta-voz, Rick Gorka, indicou em um comunicado que o episódio das perdas do JP Morgan Chase demonstrava "a importância da vigilância e da transparência no mercado de derivativos" e que, se Romney fosse eleito presidente, militaria "por uma regulação de sentido comum".

Entre os republicanos, o senador Bob Corker, um moderado, convocou uma audiência parlamentar sobre o caso JP Morgan, para saber se as finanças públicas estão protegidas de uma eventual quebra do banco, e quais falhas conduziram a semelhantes perdas.

Para os democratas, o JP Morgan é um alvo ideal. Desde a aprovação da lei Dodd-Frank, seu diretor-geral, Jamie Dimon, tornou-se o "laissez-faire" nas finanças, criticou vários aspectos das iniciativas dos legisladores democratas em termos muito duros.

O representante Barney Frank, que deu seu nome à lei, não perdeu a oportunidade de se referir ao assunto. "O JP Morgan Chase, sem nenhuma ajuda do Estado, perdeu nesta série de transações cinco vezes o montante do que alega que lhe custa a regulação financeira", ironizou em um comunicado.

Levin estigmatizou as posições políticas de Dimon. "Está a favor da revogação da lei Dodd-Frank. Não quer que os derivativos sejam regulados. Não quer que as atividades dos bancos como JP Morgan sejam reguladas (...). E com esta perda de 2 bilhões estas três posições demonstraram ser, penso, totalmente equivocadas", disse.

Para seu colega Jeff Merkely, "é um caso de manual que ilustra as razões pelas quais precisamos de um corta-fogo sólido com a regulamentação Volcker".

Esta disposição da lei de 2010, que segue sem entrar em vigor, proíbe aos bancos especular por sua conta nos mercados financeiros.

Acompanhe tudo sobre:bancos-de-investimentoEmpresasEmpresas americanasJPMorganPartido Democrata (EUA)Partido Republicano (EUA)

Mais de Mundo

Rússia lança mais de 100 drones contra Ucrânia e bombardeia Kherson

Putin promete mais 'destruição na Ucrânia após ataque contra a Rússia

Novo líder da Síria promete que país não exercerá 'interferência negativa' no Líbano

Argentinos de classe alta voltam a viajar com 'dólar barato' de Milei