Manifestante palestino carrega pedras durante um confronto com tropas israelenses (Abbas Momani/AFP)
Da Redação
Publicado em 1 de agosto de 2014 às 11h15.
Ramallah - Uma delegação palestina irá neste sábado ao Cairo para discutir com os mediadores egípcios um cessar-fogo com Israel, apesar da retomada dos combates em Gaza, indicou nesta sexta-feira um comunicado do gabinete do presidente palestino, Mahmud Abbas.
Abbas "formou a delegação, que irá no sábado ao Cairo, independentemente das circunstâncias", segundo um comunicado da presidência emitido em Ramallah (Cisjordânia).
A delegação deve discutir "os próximos passos" para tentar acabar com a guerra que já fez quase 1.500 mortos palestinos e 63 vítimas entre o Exército israelense.
A comitiva será formada por doze membros, entre os quais figuram representantes do Fatah (o movimento de Abbas), do movimento islamita Hamas (que controla Gaza) e de seus aliados da Jihad Islâmica.
Entre os delegados estão Azzam al-Ahmad, chefe do Fatah responsável pelas relações com o Hamas, e Majed Faraj, o chefe da segurança da Autoridade Palestina. Também participam da delegação vários altos funcionários do Hamas, incluindo o número dois do movimento Mussa Abu Marzuk, e um líder da Jihad Islâmica, Ziyad al-Nakhale.
Pouco antes, o Egito informou a liderança palestina que as negociações previstas no Cairo entre as delegações israelenses e palestinos seriam adiadas após a suposta captura de um soldado israelense, de acordo com um líder da Jihad Islâmica.
"Os egípcios entraram em contato com a Jihad Islâmica e disseram que Israel havia informado que um de seus soldados tinha sido capturado", disse Ziad al-Nakhal. "As negociações foram adiadas."
A trégua de 72 horas entre Israel e o Hamas, teoricamente entrada em vigor sexta-feira às 05h00 GMT (3h00 no horário de Brasília), terminou depois de algumas horas, de acordo com um porta-voz israelense, evocando informações sobre a captura de um soldado "durante um incidente em que os terroristas quebraram o cessar-fogo".
No Cairo, Mussa Abu Marzuk declarou à AFP que "qualquer operação (do movimento islâmico) foi realizada antes do cessar-fogo", sem confirmar ou negar o sequestro de um soldado israelense.
Mussa também indicou que o Hamas segue disposto a respeitar o cessar-fogo de 72 horas, se Israel o fizer.