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Defesa diz que indiciamento de Kirchner não tem fundamento

A investigação foi aberta pela denúncia de parlamentares integrantes da frente Mudemos, liderada pelo atual presidente da Argentina, Mauricio Macri


	Cristina Kirchner: o argumento foi reiterado por Beraldi em várias entrevistas concedidas à imprensa argentina
 (Juan Mabromata/AFP)

Cristina Kirchner: o argumento foi reiterado por Beraldi em várias entrevistas concedidas à imprensa argentina (Juan Mabromata/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2016 às 12h31.

Buenos Aires - O advogado da ex-presidente da Argentina Cristina Kirchner afirmou nesta segunda-feira que indiciamento de sua cliente na ação que investiga supostas irregularidades em operações do Banco Central do país são baseadas em razões políticas e não jurídicas, anunciando que recorrerá da decisão.

"De jurídico, não tem nada. O que o juiz fez foi dar uma opinião sobre decisões em matéria de política econômica, às quais ele, de maneira totalmente forçada, quer dar uma consequência jurídico-penal", defendeu o advogado Carlos Beraldi.

O argumento foi reiterado por Beraldi em várias entrevistas concedidas à imprensa argentina. Além disso, ele anunciou que a defesa irá recorrer do indiciamento da ex-presidente.

"É uma decisão que já estava anunciada em todos os veículos de imprensa, portanto, não nos surpreendeu. O grau de inimizade manifesta que o juiz tem contra Cristina é público", afirmou o advogado à rádio "Vorterix".

A ex-presidente foi acusada na última sexta-feira pelo crime de "administração infiel em prejuízo da administração pública, no marco da causa do dólar futuro", dentro de uma investigação sobre supostas irregularidades em contratos de venda futura de dólar no banco central do país (BCRA) na parte final de seu mandato.

A investigação foi aberta pela denúncia de parlamentares integrantes da frente Mudemos, liderada pelo atual presidente da Argentina, Mauricio Macri.

Segundo os denunciantes, por meio da realização de contratos de futuros, o Banco Central teria vendido dólares a 10,65 pesos por unidade, abaixo do preço estabelecido na Bolsa de Nova York para este tipo de contratos (na época, por volta de 14 pesos).

O juiz do caso entende que, devido à diferença entre o preço pactuado e o do mercado, nos contratos fechados (setembro a dezembro 2015) o Banco Central registrou uma prejuízo de 1,552 bilhão de pesos (US$ 105,5 milhões).

A esse valor devem ser somadas as perdas derivadas da execução de contratos entre janeiro e junho.

"Se houve algum crime foi pela desvalorização depois da chegada do novo governo (que levou o dólar para 14 pesos), já que os contratos do dólar futuro foram realizados na época em relação à taxa de câmbio oficial vigente na Argentina, menor do que a estabelecida em Nova York", alegou a defesa de Cristina.

"Falar de prejuízo é falar de uma consequência das decisões que tomaram durante este governo", afirmou o advogado da ex-presidente, em relação à administração de Macri.

Também foram indiciados o ex-ministro da Economia Axel Kicillof, o ex-diretor do BCRA Alejandro Vanoli e outros 12 acusados. Todos terão embargados bens no valor de 15 milhões de pesos cada um (mais de US$ 1 milhão).

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