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Dá para imaginar uma cidade vegetariana na Itália?

Nova prefeita de Turim, de viés ecologista, quer promover dieta sem carne na terra do salame e do presunto cru


	Salames em feira: prefeitura de Turim vai apoiar projetos educacionais sobre bem-estar animal e nutrição humana.
 (Thinkstock)

Salames em feira: prefeitura de Turim vai apoiar projetos educacionais sobre bem-estar animal e nutrição humana. (Thinkstock)

Vanessa Barbosa

Vanessa Barbosa

Publicado em 26 de julho de 2016 às 12h59.

São Paulo - Em um movimento sem precedentes no país, a nova prefeita de Turim, na Itália, Chiara Appendino, quer promover uma dieta vegetariana em plena capital de Piemonte, terra de tradições camponesas, de mesa regada a vinhos e muito salame e presunto cru.

Vegetariana há mais de duas décadas, Appendino venceu as eleições na cidade em junho, com 54% dos votos, pelo partido Movimento 5 Estrelas (M5S), segunda maior força política de Itália, conhecido pelo viés populista e ecologista.

De acordo com o manifesto das M5S, que também apela para um melhor planejamento urbano, a promoção de uma dieta sem carne, e até mesmo livre de laticínios, é fundamental para a proteção do meio ambiente, da saúde humana e do bem-estar dos animais.

Um estudo recente publicado no Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America  indicou que se o mundo adotasse o vegetarianismo,  7,3 milhões de mortes seriam evitadas e US$ 1,06 trilhão por ano seriam economizados globalmente.

Detalhes da estratégia ainda não são conhecidos, mas a expectativa é que a cidade de Turim implemente projetos educacionais nas escolas sobre bem-estar animal e nutrição humana.

A investida pode parecer uma afronta aos produtores de carne e comerciantes da região, mas essa não é a intenção, segundo o Conselho Municipal de Meio Ambiente.

Tudo indica que a empreitada será árdua. No ano passado, quando a Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou carnes processadas, como salame, salsicha e presunto como alimentos que aumentam o risco de câncer, os produtores de carne e fazendeiros da Itália se enfureceram e chamaram o comunicado de "terrorismo da carne"

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