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Crise econômica ameaça luta contra narcotráfico na Europa

Alto nível de desemprego entre jovens e queda no orçamento para tratamento de usuários são preocupações dos órgãos de saúde do continente

A União Européia tem mais de um milhão de usuários de droga em tratamento (Luizinho Coruja/Contigo)

A União Européia tem mais de um milhão de usuários de droga em tratamento (Luizinho Coruja/Contigo)

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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2010 às 15h45.

Lisboa - A crise econômica e a austeridade orçamentária ameaçam os esforços de luta contra as drogas na Europa e fazem crescer um temor pelo aumento do consumo entre as pessoas em situação precária, alertou o Observatório Europeu das Drogas e Vícios (OEDT).

Em seu relatório anual publicado nesta quarta-feira em Lisboa, o OEDT destacou que "quando a Europa inicia um período de austeridade econômica, com um nível crescente de desemprego juvenil, surgem temores pelo aumento também do consumo excessivo de drogas".

O OEDT manifestou sua preocupação em relação ao que é considerado o pilar de luta contra as drogas na Europa, os tratamentos, já que com a crise o orçamento será reduzido. A UE tem mais de um milhão de usuários de drogas em tratamento, 670 mil deles em substituição de opiáceos, número dez vezes maior do que o registrado em 1993.

Além disso, o consumo na Ucrânia e na Rússia, quatro vezes superior ao da UE, que vem acompanhado de altos níveis de contaminação pelo vírus HIV, é considerado pela OEDT uma ameaça para a saúde pública e para a segurança da UE. Para a organização, esta seria a raiz dos problemas ligados à corrupção e ao crime organizado.

Além do mais, há no território europeu cada vez mais laboratórios de fabricação ou transformação de drogas.

O cultivo de canabi, a droga mais utilizada na Europa, parece aumentar: 29 países europeus registraram produções domésticas da erva em 2008, apesar de a resina ainda ser importada majoritariamente do Marrocos.

As apreensões de plantas aumentaram desde 2003, chegando a 43 toneladas em 2008 na Espanha e a 15 toneladas na Bulgária.

A multiplicação na Europa de laboratórios de tratamento da cocaína, a segunda droga mais consumida, demostra as técnicas "cada vez mais sofisticadas" para introduzir a cocaína procedente da Amércia do Sul.

Cerca de 30 laboratórios foram descobertos em 2008, todos na Espanha. A cocaína era incorporada em diversos suportes (cera, plástico, roupa...) e dissociada nessas instalações clandestinas.

A produção mundial de anfetaminas segue concentrada na Europa, onde se encontram mais de 80% dos laboratórios, segundo o Escritório da ONU contra as Drogas e o Crime.

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