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Conselho de Segurança vota resolução para cessar-fogo em Gaza, mas enfrenta oposição dos EUA

Para os EUA, cessar-fogo 'plantaria as sementes de uma guerra futura', disse seu embaixador adjunto na ONU

Guerra em Israel: ataques do Hamas começaram em 7 de outubro no sul do país ( Menahem KAHANA/AFP)

Guerra em Israel: ataques do Hamas começaram em 7 de outubro no sul do país ( Menahem KAHANA/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 8 de dezembro de 2023 às 15h11.

Última atualização em 8 de dezembro de 2023 às 15h34.

O Conselho de Segurança da ONU vota, nesta sexta-feira, uma resolução para um cessar-fogo humanitário imediato na Faixa de Gaza, em um momento em que Israel pressiona a sua campanha contra o Hamas no enclave palestino.

A moção, que já foi apresentada, será votada no fim do dia (às 19h30 em Brasília), mas é improvável que seja bem-sucedida, já que os Estados Unidos, com poder de veto no Conselho, já declararam que se opõem a tal medida.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse na abertura da sessão emergencial que a brutalidade do Hamas nos ataques de 7 de outubro — que deixaram mais de 1.200 mortos, segundo autoridades israelenses — "jamais poderia justificar a punição coletiva dos palestinos", apelando também pela libertação de 130 reféns mantidos em cativeiro pelo grupo em Gaza.

"Condeno sem reservas esses ataques. Estou consternado com os relatos de violência sexual", acrescentou Guterres. "Não há justificativa possível para matar deliberadamente cerca de 1.200 pessoas, incluindo 33 crianças, ferir outras milhares e fazer centenas de reféns."

Em contrapartida, os EUA declararam que não apoiarão os "apelos a um cessar-fogo imediato" em Gaza, disse seu embaixador adjunto na ONU, Robert Wood.

"Embora os Estados Unidos apoiem os apelos para uma paz duradoura, na qual israelenses e palestinos possam viver em paz e segurança, não apoiamos os apelos a um cessar-fogo imediato", disse Wood.

Ele acrescentou ainda que um cessar-fogo "plantaria as sementes de uma guerra futura", pois o Hamas "não tem desejo algum de uma paz duradoura".

Guterres convocou a reunião de emergência do principal órgão das Nações Unidas depois de semanas de combates que deixaram mais de 17.487 pessoas mortas em Gaza, a maioria mulheres e crianças, de acordo com o último balanço do Ministério da Saúde na Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas.

O líder da ONU utilizou o raramente utilizado Artigo 99 da Carta das Nações Unidas para chamar a atenção do Conselho para "qualquer assunto que, na sua opinião, possa ameaçar a manutenção da paz e da segurança internacionais".

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