Mundo

Conheça o vilarejo alemão que permanece dividido

Anos após a queda do Muro de Berlim, Mödlareuth, localizado entre os estados da Turíngia e Baviera e a mais de 300 quilômetros da capital alemã, segue separado


	Mödlareuth, na Alemanha: vilarejo fica na fronteira entre os estados da Turíngia e a Baviera, a mais de 300 quilômetros de Berlim
 (Wikimedia Commons)

Mödlareuth, na Alemanha: vilarejo fica na fronteira entre os estados da Turíngia e a Baviera, a mais de 300 quilômetros de Berlim (Wikimedia Commons)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de novembro de 2014 às 12h37.

São Paulo – Neste domingo, dia 9, o mundo comemora a queda do Muro de Berlim, que por três décadas separou a Alemanha. Embora a sua destruição tenha acontecido há 25 anos, um pequeno vilarejo chamado Mödlareuth ainda é dividido por um muro que conta com arames farpados e até mesmo torres de vigilância, que estão desativadas.

História

Mödlareuth está localizado na fronteira entre os estados da Turíngia e Baviera, a mais de 300 quilômetros da capital alemã. Após a 2ª Guerra Mundial, a região ficou dividida em duas zonas: uma ocupada pelos soviéticos (na Turíngia) e outra pelas forças aliadas (na Baviera). 

Com a construção do Muro de Berlim em 1966, não demorou até que o vilarejo contasse com sua própria divisão. Em Mödlareuth, o muro foi construído em 1969. A parte norte era controlada pela Alemanha Oriental e sul pela Alemanha Ocidental.

Em 1989 os alemães conheceram a unificação da atual capital alemã e, logo em seguida, de todo o país. Mas, para os cidadãos do vilarejo, apenas em 1990 é que alguns trechos do muro foram destruídos.

Hoje

Apesar de a separação política tenha sido eliminada, Mödlareuth segue culturalmente dividida. A parte do vilarejo na Turíngia pertence à cidade de Gefell e a parte bávara à Töppen. Cada uma delas tem seu próprio prefeito e código de área e ainda falam com sotaques distintamente diferentes.

Conhecido durante a Guerra Fria como “pequena Berlim”, o local tem apenas 50 habitantes e optou por manter a sua versão do Muro de Berlim em pé e transformou um trecho em uma espécie de memorial e museu, que é hoje alvo de polêmica entre os moradores locais.

De acordo com o The Wall Street Journal (WSJ), os cidadãos do vilarejo notam certa insensibilidade por parte dos turistas que visitam o museu e acreditam que eles subestimam os traumas que estas pessoas carregam por terem vivido tempos tão severos.

Segundo relatos ouvidos pela publicação, durante o tempo em que Mödlareuth era dividida, as pessoas do lado oriental eram proibidas até de acenar para quem estivesse do outro lado do vilarejo, em um trecho no qual o concreto foi substituído por cercas vazadas. 

“Todos os anos, as câmeras vêm até nós e perguntam as mesmas coisas”, explicou uma moradora ao WSJ. “Chega uma hora em que não queremos mais falar sobre o assunto. Não são histórias prazerosas”, completou ela. 

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaBerlimEuropaMetrópoles globaisPaíses ricos

Mais de Mundo

Justiça da Bolívia retira Evo Morales da chefia do partido governista após quase 3 décadas

Aerolineas Argentinas fecha acordo com sindicatos após meses de conflito

Agricultores franceses jogam esterco em prédio em ação contra acordo com Mercosul

Em fórum com Trump, Milei defende nova aliança política, comercial e militar com EUA