Mitch McConnell: raro apoio bipartidário no Congresso americano (Drew Angerer/Getty Images)
Da redação, com agências
Publicado em 19 de maio de 2022 às 15h15.
Última atualização em 19 de maio de 2022 às 16h00.
O Congresso dos Estados Unidos aprovou um pacote de ajuda de US$ 40 bilhões para a Ucrânia nesta quinta-feira, 19, o mais recente cumprimento da promessa do presidente Joe Biden de apoiar Kiev contra a invasão russa.
O pacote teve apoio tanto de republicanos quanto de democratas, e havia sido aprovado na Câmara na semana passada antes de ir ao Senado.
"A ajuda à Ucrânia vai muito além da caridade", disse o líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, que chegou a ir a Kiev neste mês para encontro com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
"O resultado desse conflito moldará o futuro da segurança americana e dos principais interesses estratégicos", acrescentou ele, horas antes da votação no Senado.
O presidente Joe Biden também divulgou um comunicado após a aprovação afirmando que o Legislativo americano "enviou uma mensagem bipartidária clara" ao povo da Ucrânia e em defesa da democracia.
O valor astronômico é equivalente ao PIB de Camarões.
O pacote inclui US$ 6 bilhões para a Ucrânia reforçar sua frota de veículos blindados e sistema de defesa aérea. Quase US$ 9 bilhões são reservados para ajudar a "continuidade do governo" da Ucrânia, além da ajuda humanitária.
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O Congresso já havia aprovado quase US$ 14 bilhões para a Ucrânia em meados de março, algumas semanas após a invasão russa.
Mas a propagação dos combates, que se deslocaram da capital para o leste e o sul da Ucrânia, levou Biden a pedir outra rodada de apoio financeiro por semanas.
Biden tem expressado repetidamente seu desejo de liderar o que descreve como uma grande batalha da democracia contra o autoritarismo. Os fundos que já haviam sido destinados ao apoio à Ucrânia estavam prestes a acabar, disse ele.
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Esse apoio bipartidário é raro em um Congresso profundamente dividido.
"Quando o assunto é Putin, ou pagamos agora ou pagamos depois", disse a senadora republicana Lindsey Graham, que no início do conflito na Ucrânia defendeu o assassinato do presidente russo no Twitter.
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Embora inicialmente se limitasse a enviar armas consideradas defensivas, Washington passou a fornecer artilharia, helicópteros e drones ao exército ucraniano.
Os soldados ucranianos recebem treinamento para usá-los nos Estados Unidos ou em países terceiros antes de retornar às linhas de frente.
Outros US$ 9 bilhões do último pacote também são destinados a ajudar os Estados Unidos a reabastecer seu próprio arsenal de armas.
O Senado também cumpriu seu papel tradicional como aliado do presidente nas relações exteriores na manhã de quarta-feira, confirmando Bridget Brink, diplomata de carreira, como a próxima embaixadora dos EUA na Ucrânia.
O cargo estava vago desde 2019.