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Da Redação
Publicado em 10 de outubro de 2014 às 16h10.
Jerusalém - Uma conferência internacional vai ser realizada domingo no Cairo na tentativa de convencer a comunidade internacional a ajudar na reconstrução da Faixa de Gaza, após a terceira guerra devastadora na região em seis anos.
A reunião na capital egípcia terá a presença de delegados de aproximadamente cinquenta países, entre eles cerca de trinta ministros das Relações Exteriores, o secretário-geral das Nações Unidas, o secretário de Estado norte-americano, além de representantes de organizações humanitárias, financeiras e políticas, como o Fundo Monetário ou a Liga Árabe.
Uma economia em frangalhos
A guerra de julho e agosto entre Israel e o movimento radical islâmico Hamas causou a morte de mais de 2.100 palestinos e de 73 israelenses.
Segundo a agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA, na sigla em inglês), os combates destruíram 80.000 casas. O mesmo aconteceu com estruturas vitais e empresas. Falta água corrente e eletricidade. O PIB da Faixa de Gaza cairá cerca de 20% nos primeiros nove meses de 2014 em relação a 2013.
O enclave, pequeno e superpovoado, em que a maioria da população vive abaixo da linha de pobreza e onde 45% da população economicamente ativa e 63% dos jovens estavam desempregados antes da guerra, continua sob o bloqueio israelense e egípcio.
"Sem ação imediata, uma retomada da violência continua sendo um perigo claro e real", disse recentemente Steen Layu Jorgensen, diretor do Banco Mundial para os territórios palestinos.
O medo de uma nova escalada de violência tem sido atenuado na medida em que o cessar-fogo de 26 de agosto se mantém de pé, mas as necessidades continuam sendo as mesmas.
O governo de união palestino elaborou um plano detalhado para ser discutido no Cairo, da ordem de 4 bilhões de dólares. Outros valores mais consideráveis estão sendo debatidos. A reconstrução deve durar um período longo.
"A conferência será um grande sucesso"
A UNRWA pede 1,6 bilhão de dólares para atender as necessidades imediatas da população.
"Nossas previsões iniciais são que a conferência será um grande sucesso", garantiu em tom otimista o ministro palestino das Relações Exteriores, Riyad al-Malki.
Al-Malki acredita que o retorno da Autoridade Palestina a Gaza vai tranquilizar os doadores. Na quinta-feira foi realizado o primeiro conselho de ministros do governo de unidade apoiado pelos rivais do Fatah e do Hamas.
Um alto funcionário do Departamento de Estado sinalizou que Washington pode manter uma atitude neutra se o projeto de Estado Palestino for adiante. A União Europeia condicionou sua ajuda aos esforços de paz entre palestinos e israelenses no Cairo. A Autoridade Palestina, por outro lado, tenta tranquilizar os investidores com um governo composto por membros independentes.
As perspectivas antes da reunião não são totalmente pessimistas: os israelenses, que não participarão, começaram a aplicar discretamente um mecanismo provisório estabelecido com os palestinos e a ONU para permitir a passagem de ajuda para a reconstrução.
Mas o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, advertiu: não haverá uma solução duradoura para os problemas de Gaza sem um acordo global entre palestinos e israelenses.