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Como andam as chances de Biden desistir da disputa eleitoral?

Presidente é questionado por ter mais de 80 anos e estar atrás de Trump em pesquisas

Rafael Balago
Rafael Balago

Repórter de macroeconomia

Publicado em 25 de junho de 2024 às 06h01.

Última atualização em 25 de junho de 2024 às 11h43.

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O presidente dos EUA, Joe Biden busca a reeleição nas eleições deste ano, mas sofre alguns questionamentos se ele seria o candidato ideal. No 1º debate da campanha, marcado para esta quinta, 27, o tema deverá voltar à tona, e as respostas ficarão mais claras.

Se Biden tiver um desempenho bom no debate, terá um forte argumento de que é o nome certo para enfrentar Donald Trump. Já se demonstrar falhas ao argumentar, por exemplo, daria munição para seus críticos de que ele está inapto para a função por ser muito idoso. O presidente tem 81 anos, cerca de três a mais do que Trump, que acabou de completar 78.

"É dífícil, pela idade, ficar duas horas em uma troca de argumentação. É algo pesado", diz Mauricio Moura, professor da Universidade George Washington. "Por outro lado, a expectativa dos republicanos sobre Biden é tão baixa que se ele conseguir se manter minimamente, por duas horas, também vai ser acima da expectativa."

Moura comenta ainda que tem ouvido em conversas em Washington sobre a possibilidade de Biden desistir, mas que o cenário é considerado improvável no momento.

"Existe uma torcida de muita gente no Partido Democrata para que ele desista, pois isso faria com que a eleição fosse sobre o Trump. Mas obviamente ninguém trabalha por isso. Não há um plano como 'ele desistiu amanhã, o que vamos fazer?'. Para que isso acontecesse, o Biden teria de levantar a mão", prossegue Moura.

Um ponto que pressiona Biden é que várias pesquisas mostram que, se a eleição fosse hoje, ele perderia para Trump, por poucos pontos, por estar com mau desempenho em estados-chave, como Arizona, Nevada e Geórgia.

Uma desistência de Biden colocaria a disputa em cenário incerto. Nenhum nome democrata surgiu com força das primárias do partido, pois nenhum político de peso topou desafiar o presidente neste ano. Assim, a disputa pela candidatura seria bastante aberta.

Se Biden desistir antes da convenção democrata, marcada para agosto, seria mais fácil apontar um outro nome para a disputa. Caso ele desista ou precise deixar a campanha depois disso, a chapa teria de ser mantida, e sua candidata à vice, Kamala Harris, teria de assumir a candidatura.

A últma vez em que um presidente desistiu de disputar a reeleição, no meio da campanha, foi com Lyndon Johnson, em 1968. O fato abriu uma crise no partido, que viu também um dos principais competidores, Robert Kennedy, ser assassinado durante a campanha. O partido acabou perdendo a Presidência naquele ano para Richard Nixon.

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