Elizabeth II e Charles III (foto de arquivo): novo rei britânico será chefe de Estado de 15 países ao todo (VICTORIA JONES/POOL/AFP/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 8 de setembro de 2022 às 18h27.
Última atualização em 9 de setembro de 2022 às 17h07.
Na ocasião de sua morte nesta quinta-feira, 8, a rainha Elizabeth II era monarca não só do Reino Unido, mas de uma série de outros países que eram antigas colônias e onde os laços com a monarquia britânica foram mantidos nas constituições locais.
A coroa passa agora ao novo monarca, o rei Charles III, primogênito da rainha.
Charles III será chefe de Estado de 15 localidades, incluindo o Reino Unido. Os países ficam na Oceania, América Central e América do Norte (caso do Canadá), além da Europa (caso do Reino Unido). São eles:
Os países do grupo são chamados "reinos do Commonwealth" (Comunidade das Nações) e faziam parte do antigo Império Britânico.
Ao atingirem sua independência ao longo dos anos, passaram a não ser mais controlados pela Coroa, embora tenham mantido a monarquia na figura da rainha britânica.
Nas últimas décadas, uma série de países optou por deixar o status de reinos do Commonwealth. O caso mais recente é Barbados, na América Central, que se tornou uma república em 2021 após 400 anos sob a Coroa britânica. Na ocasião, Barbados também nomeou a cantora Rihanna, nascida na ilha, como heroína nacional.
A Austrália, por sua vez, fez em 1999 um referendo sobre permanecer ou não como um reino do Commonwealth, mas a saída foi rejeitada. O "não" ganhou com quase 55% dos votos, e o país seguiu tendo a rainha Elizabeth II como monarca e chefe de Estado.
No auge, nos anos 1910 e antes das guerras mundiais, o Império Britânico chegou a ter mais de 400 milhões de pessoas, superior a 20% da população mundial. Mas o poderio britânico começou a se deteriorar sobretudo após o fim da Segunda Guerra Mundial (1939-45).
Quando Elizabeth II chegou ao trono, em 1952, a Índia, maior das colônias do Império Britânico, já havia obtido a Independência, em 1947.
Hoje, além dos reinos independentes ligados à Coroa, a Comunidade das Nações tem ao todo 53 países associados. Quase todos são ex-colônias britânicas e a maioria é hoje uma república, já não tendo mais a rainha Elizabeth II como chefe de Estado. Nesse caso, Charles III terá ainda o cargo de novo "chefe de Estado da Comunidade das Nações", que os países afirmam ser "um símbolo de sua livre associação".
Mesmo nos países que mantiveram a monarquia britânica, a rainha Elizabeth II era somente chefe de Estado, assim como também será o rei Charles III.
Decisões políticas, econômicas e outras ficam a cargo dos próprios governantes locais, na figura de um chefe de Governo (primeiro-ministro ou presidente, a depender das leis específicas de cada país), além dos Parlamentos, eleitos por voto popular.
No Reino Unido, por exemplo, o governo cabe a um primeiro-ministro. O premiê é o líder do partido (Conservador à direita ou Trabalhista à esquerda) que obtiver o maior número de cadeiras no Parlamento, nas eleições gerais.
Durante os 70 anos de reinado da rainha Elizabeth II, passaram pelo governo britânico 15 primeiros-ministros. A última delas a nova mandatária britânica, Liz Truss, que se encontrou com Elizabeth apenas dois dias antes de sua morte para dar início a seu governo. Truss é do Partido Conservador e assume o cargo após vencer votação interna do partido, com a saída do então premiê, Boris Johnson.