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Com 40% de eleitores indecisos, Espanha vai às urnas no domingo

Votação é considerada a mais incerta em quatro décadas de democracia, com ultra-direita com chances concretas de chegar ao Parlamento

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Pedro Sánchez: atual líder espanhol tenta garantir maioria dos votos para se manter no poder (Jon Nazca/Reuters)

Pedro Sánchez: atual líder espanhol tenta garantir maioria dos votos para se manter no poder (Jon Nazca/Reuters)

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Redação EXAME

Publicado em 26 de abril de 2019 às, 06h30.

Última atualização em 26 de abril de 2019 às, 06h52.

A Espanha votará na eleição mais incerta dos últimos 40 anos neste domingo. Em fevereiro, oito meses após assumir o cargo de presidente do Governo, Pedro Sánchez, do Partido Socialista Operário Espanhol (PSOE), foi obrigado a adiantar as eleições gerais do país, que aconteceriam somente em 2020, ao falhar para conseguir a aprovação de sua proposta de orçamento para 2019 no Congresso. Agora, o político luta para se manter no poder em uma eleição que aflorou os ânimos da nação em relação à autonomia da região da Catalunha e ao levante da ultra-direita no país.

Sánchez assumiu o governo espanhol depois da destituição do então primeiro-ministro Mariano Rajoy, do Partido Popular (PP), envolvido em escândalos de corrupção, em junho de 2018. Em menos de um ano de governo, o socialista agradou parte da opinião pública com seus projetos sociais, que elevaram, por exemplo, o salário mínimo em 22%, e desagradou outros por adotar uma postura mais aberta ao diálogo com os líderes do movimento independentista catalão. Ironicamente, foram os partidos separatistas catalão e basco que, em represália a uma negativa aos seus desejos de autodeterminação, não apoiaram sua proposta orçamentária.

Ao adiantar as eleições, Sánchez apostou que conseguiria formar um governo com base maior, para conseguir aprovar seus projetos no Congresso. Nesta disputa entraram novos partidos espanhóis, que quebram com o binarismo político do PP e do PSOE, que estão em alternância no poder desde o fim da ditadura franquista em 1975. O partido de esquerda Podemos (UP), nascido das manifestações populares de 2011, o nacionalista Cidadãos (Cs), criado em meados dos anos 2000 por dissidentes do PP, e o ultra-direitista Vox, fundado em 2013, podem ganhar espaço importante no parlamento e acabar definindo o pleito.

Pela última pesquisa de intenção de votos, publicada na segunda-feira, 20, o PSOE está na frente com cerca de 30%, seguido pelo PP, que agrega quase 20%. O Cidadãos tem 14,6%, o Podemos, 12,9% e o Vox, cerca de 11% das intenções. Se os números se confirmarem nas urnas, PSOE conquistaria cerca de 130 das 350 vagas no Congresso, posição mais confortável que as atuais 85 que possui hoje, mais ainda precisaria se unir a outro partido para formar o governo.

A pesquisa publicada na segunda mostra que havia quase 40% de indecisos, o que deve favorecer os partidos menores. Analistas apontam que, segundo as intenções de voto, o Vox deve assumir pelo menos algumas cadeiras no parlamento nacional, levando, pela primeira vez desde a redemocratização, um partido de ultra-direita ao Congresso.

Em dezembro de 2018, nas eleições locais da comunidade autônoma da Andaluzia, o Vox, liderado por Santiago Abascal, teve 10,9% dos votos e conseguiu eleger 12 deputados, em sua primeira vitória política significativa. Seu discurso é focado no nacionalismo espanhol, radicalmente contra a concessão de mais autonomia às comunidades, com mensagens sexistas, xenófobas e a favor da memória do passado franquista e do Exército. Seu principal ponto contra Sanchéz é o diálogo com os líderes separatistas da Catalunha, que tentaram organizar um plebiscito popular em 2017.

No último debate televisionado, realizado na terça-feira, Pablo Casado, do PP, se uniu a Albert Rivera, do Cidadãos, para atacar Sanchéz. Eles exigiram que Sánchez se posicionasse sobre um possível indulto aos dirigentes independentistas catalães, que estão tendo o processo julgado agora. O atual primeiro-ministro desviou da questão ao afirmar que respeita a divisão de poderes e que deixará a decisão para o Supremo Tribunal.

Na reta final antes da eleição, Pedro Sánchez concentra suas forças em mobilizar os eleitores de esquerda, historicamente menos ativos no país, a votarem para evitar que a ultra-direita faça parte do governo da quinta maior economia da União Europeia.

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