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China planeja vacinar 50 milhões de pessoas até início de fevereiro

A distribuição seria equivalente a vacinar toda a população da Coreia do Sul em menos de dois meses, e estabeleceria o ritmo mais ambicioso globalmente

China: a rápida distribuição destaca o foco do governo de Pequim em prevenir uma repetição do surto em Wuhan no início do ano (Amanda Perobelli/Reuters)

China: a rápida distribuição destaca o foco do governo de Pequim em prevenir uma repetição do surto em Wuhan no início do ano (Amanda Perobelli/Reuters)

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Bloomberg

Publicado em 18 de dezembro de 2020 às 17h00.

A China prepara uma campanha ambiciosa para inocular 50 milhões de pessoas contra a covid-19 antes do Ano Novo Lunar. O país planeja usar vacinas desenvolvidas localmente que estão perto de receber aprovação regulatória.

O governo chinês vai priorizar a administração de vacinas de fabricação chinesa para grupos-chave, como profissionais de hospitais, polícia, aeroportos e alfândegas, bem como funcionários de concessionárias de serviços públicos, de acordo com pessoas a par do assunto, que não quiseram ser identificadas.

As instruções foram comunicadas em teleconferência recente com representantes da Comissão Nacional de Saúde e unidades provinciais do Centro de Controle e Prevenção de Doenças da China, disseram as pessoas. O jornal South China Morning Post divulgou o plano anteriormente.

A distribuição seria equivalente a inocular aproximadamente toda a população da Coreia do Sul em menos de dois meses, e estabeleceria o ritmo mais ambicioso globalmente, à frente de outros países como EUA e Reino Unido, que também correm para distribuir doses. O sistema centralizado e controlado da China demonstrou capacidade de alcançar um amplo número de pessoas durante a pandemia. A estratégia do país de recorrer à realização de testes em massa de cidades inteiras ou populações, como Wuhan, quando surgem focos se mostrou bem-sucedida.

Cerca de 50 milhões receberão a primeira dose antes de 15 de janeiro e a segunda dose até 5 de fevereiro, em uma tentativa de prevenir surtos antes e durante as comemorações do Ano Novo, disse uma das pessoas. O feriado de uma semana, que começa em 11 de fevereiro, normalmente leva centenas de milhões de chineses a viajarem pelo país para reuniões familiares, o que aumenta o risco de transmissão da covid-19.

Embora as fontes não tenham citado as vacinas domésticas a serem usadas, o regulador de medicamentos do país deve aprovar as vacinas fabricadas pela estatal China National Biotec Group (CNBG) e Sinovac Biotech para uso geral.

A Comissão Nacional de Saúde não respondeu a um pedido de comentário enviado por fax, enquanto o CDC da China não comentou. Um porta-voz da Sinovac disse que a empresa não tem conhecimento do plano, e uma porta-voz da CNBG não respondeu a perguntas no WeChat.

A China já está administrando vacinas desses fabricantes de vacinas a centenas de milhares de pessoas, incluindo funcionários da linha de frente. O novo plano busca expandir significativamente a inoculação em todo o país, mobilizando as extensas redes do CDC e clínicas da China.

Os desenvolvedores de vacinas chineses fecharam acordos de fornecimento com países como Indonésia, Cingapura, Turquia, além dos Emirados Árabes Unidos que, no início deste mês, disseram que o imunizante da CNBG mostrou taxa de eficácia de 86% em um ensaio local com mais de 30 mil pessoas.

Ainda assim, fabricantes ocidentais divulgaram mais detalhes e dados sobre os ensaios, e é provável que haja mais ceticismo em relação a administrar as vacinas chinesas globalmente.

A rápida distribuição destaca o foco do governo de Pequim em prevenir uma repetição do surto em Wuhan no início do ano. Embora a China quase tenha eliminado a transmissão local e a vida tenha voltado ao normal para a grande maioria da população, casos esporádicos foram detectados nas últimas semanas em Heilongjiang, nordeste do país, em Xinjiang, no oeste, e na província de Sichuan, no interior.

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