Pequim - A crise diplomática entre Pequim e Washington parecia estar perto de uma solução nesta quinta-feira, depois que o ativista chinês Chen Guangcheng efetuou os trâmites para obter os passaportes que permitirão sua viagem, com a família, aos Estados Unidos em um prazo de duas semanas.

"Ontem (quarta-feira), funcionários vieram. Preenchemos os formulários de solicitação de passaporte para mim, minha esposa e meus filhos", disse o advogado cego, entrevistado por telefone no hospital de Pequim em que está internado desde que deixou a embaixada dos Estados Unidos, onde passou alguns dias refugiado.

"Disseram que os passaportes devem estar prontos em 15 dias", completou.

O militante, que lutou durante anos contra a esterilização e os abortos forçados, provocou uma crise diplomática quando se refugiou durante seis dias na embaixada dos Estados Unidos em Pequim, depois de fugir de sua residência, onde permaneceu durante 20 meses em prisão domiciliar.

Chen saiu da embaixada no início de maio, quando a secretária Estado americana, Hillary Clinton, estava em Pequim, uma coincidência incômoda para a diplomacia americana e chinesa.

Um acordo entre os dois países foi concluído após difíceis negociações.

A China aceitou conceder "o mais rápido possível" os passaportes que permitirão a viagem de Chen Guangchen e sua família, enquanto Washington prometeu conceder os vistos de entrada nos Estados Unidos.