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Chefe da agência alemã de cibersegurança é afastado por laços com Rússia

"A ministra do Interior (Nancy) Faeser decidiu hoje destituir de suas funções, com efeito imediato, o presidente da agência alemã de cibersegurança (BSI), Arne Schönbohm", declarou um porta-voz do ministério em um e-mail à AFP

Arne Schönbohm, diretor da Agência alemã de Cibersegurança (Agence France-Presse/AFP Photo)

Arne Schönbohm, diretor da Agência alemã de Cibersegurança (Agence France-Presse/AFP Photo)

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AFP

Publicado em 18 de outubro de 2022 às 15h51.

O diretor da Agência alemã de Cibersegurança, Arne Schönbohm, foi destituído, com efeito imediato - anunciou um porta-voz do Ministério do Interior nesta terça-feira (18), depois que a imprensa revelou seus supostos vínculos com a Rússia.

"A ministra do Interior (Nancy) Faeser decidiu hoje destituir de suas funções, com efeito imediato, o presidente da agência alemã de cibersegurança (BSI), Arne Schönbohm", declarou um porta-voz do ministério em um e-mail à AFP.

Schönbohm ficou na berlinda desde que os jornais noticiaram sua proximidade com uma associação de assessoria sobre segurança cibernética, suspeita de ter um relacionamento com os serviços russos de Inteligência.

"As acusações bem conhecidas e amplamente comentadas na mídia prejudicaram, definitivamente, a confiança necessária do público na neutralidade e na imparcialidade" do presidente da maior autoridade em cibersegurança da Alemanha, justificou o Ministério do Interior.

"Isso é especialmente verdadeiro na atual situação de crise sobre a guerra híbrida russa", acrescentou.

O Ministério informou que uma investigação sobre essas acusações está em andamento.

"À espera da conclusão desta investigação, a presunção de inocência se aplica, naturalmente, à pessoa de Schönbohm", frisou o ministério.

Essa demissão ocorre em um momento em que a Alemanha está em alerta para possíveis ataques de sabotagem por parte de Moscou.

Após os vazamentos dos gasodutos Nord Stream 1 e 2, construídos para levar o gás russo para a Europa, o país sofreu, em 8 de outubro, uma sabotagem ferroviária de grande escala. Alguns consideram a Rússia possível responsável pelo ocorrido, no contexto da guerra na Ucrânia.

Schönbohm, de 53 anos, no cargo desde 18 de fevereiro de 2016, foi escolhido pelo governo da então chanceler Angela Merkel.

À época, o nome deste ex-gerente do grupo aeronáutico franco-alemão EADS foi alvo de críticas, especialmente por parte dos Verdes que agora estão no governo.

"Pode-se perguntar se as nomeações em matéria de segurança dos governos anteriores da CDU-CSU (conservadores) foram as melhores possíveis", comentou o especialista em segurança cibernética Markus Beckedahl, em recente entrevista à emissora pública SWR.

A filiação política "foi mais importante do que a própria experiência, e as consequências podem ser vistas hoje", lamentou.

Há mais de uma semana, Arne Schönbohm vem sendo questionado sobre seus supostos contatos com a associação Cyber-Sicherheitsrat Deutschland" (Conselho Alemão de Cibersegurança, ou CSRD).

Com sede em Berlim, esta associação cofundada em 2012 por Schönbohm, assessora empresas, agências governamentais e autoridades políticas em assuntos de segurança cibernética.

Essas relações foram objeto de investigações apresentadas no início de outubro em um programa do canal de televisão pública ZDF.

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