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'Chavismo' se fortalece após eleições estaduais na Venezuela

Luis Vicente León opinou que se Chávez não puder seguir na presidência, "o melhor cenário para o ''chavismo'' é a realização de eleições (presidenciais) em breve"

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 17 de dezembro de 2012 às 21h01.

Caracas - O ''chavismo'' obteve uma esmagadora vitória nas eleições para os governos estaduais no domingo, conquistando 20 dos 23 Estados da Venezuela, em uma demonstração de força diante da eventual vacância no poder com o câncer que afeta do presidente Hugo Chávez.

Mas a cômoda reeleição de Henrique Capriles no estado-chave de Miranda, o segundo mais populoso do país, consolida sua posição como líder único e indiscutível da oposição.

Luis Vicente León, presidente da empresa Datanálisis, opinou que se Chávez não puder seguir na presidência, "o melhor cenário para o ''chavismo'' é a realização de eleições (presidenciais) em breve".

"A ampla vitória de ontem na Venezuela tranquiliza o chavismo diante de eventuais eleições presidenciais", concorda o analista político Farith Fraija. "Mas qualquer cenário vai depender da saúde de Chávez e não do resultado eleitoral. Se ele tiver condições de assumir (a presidência), o fará".

Os resultados de domingo, quando os ''chavistas'' tomaram da oposição quatro de seus sete estados (Zulia, Nova Esparta, Carabobo e Táchira) são "uma prova cabal da capacidade de mobilização das bases do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV)" e do "efeito dominó da vitória presidencial de Chávez", destacou Fraija.

"Eles (chavistas) vão lhe buscar em casa para votar. Sua capacidade de mobilização é muito efetiva, especialmente diante da pouca motivação da oposição após a derrota de 7 de outubro", disse Carmen Beatriz Fernández, presidente da DataStrategia, assinalando a abstenção de 46%, que afetou especialmente os opositores.

"Chávez pode estar moribundo, mas participou da campanha. A capacidade que tem de centralizar tudo nele sempre dá resultado. Se apoderou da agenda na semana passada, que ficou centrada na saúde presidencial", lembrou Fernández. "Isto prejudicou a oposição e deu coesão a um chavismo até então desmotivado pela doença presidencial e por algumas designações de candidatos" realizadas pelo presidente.

Na reta final da campanha, Chávez anunciou a reincidência de um câncer e uma operação em Havana, a quarta desde que se detectou a doença, em junho de 2011.

"Dizer que Chávez esteve ausente durante a campanha é ignorar os laços simbólicos entre ele e seus partidários. Esteve presente em cada mensagem, em cada comício, e no voto por sua saúde", explicou Fraija.

Por outro lado, poucos duvidam que com a vitória no estado de Miranda o candidato presidencial derrotado Capriles consolida sua posição de líder e melhor candidato para eventuais eleições convocadas no prazo de 30 dias em caso de impedimento de Chávez por razões de saúde.

"Foi um golpe duro para a oposição (perder vários estados), mas também dissipou qualquer dúvida sobre quem será seu candidato se houver uma nova eleição presidencial", opinou Fernández sobre Capriles.

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