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Centro-direita retrocede e antipolítica avança na Itália

Nestas eleições foram renovadas 942 prefeituras, entre elas as de 26 capitais de província, das quais 18 eram governadas pela centro-direita e oito pela centro-esquerda

A centro-esquerda comemorou muito estes resultados, mas o vencedor moral do pleito foi o "Movimento 5 Estrelas" do humorista Beppe Grillo (Giorgio Brida/ Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 7 de maio de 2012 às 16h59.

Roma - A centro-direita retrocedeu nas eleições municipais parciais realizadas ontem e nesta segunda-feira na Itália sem a liderança do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, enquanto a chamada "antipolítica", personificada pelo "Movimento 5 Estrelas" do humorista Beppe Grillo, se confirmou como a revelação deste pleito.

Apesar de pouco mais de nove milhões de italianos terem sido convocados para ir às urnas, estes resultados foram interpretados como um teste para os partidos a um ano das eleições gerais, depois das mudanças e os escândalos de corrupção que sacudiram a política italiana nos últimos meses.

As mudanças foram marcadas pela designação do tecnocrata Mario Monti como chefe de Governo italiano, após a renúncia, em novembro, de Berlusconi, e a sucessiva ruptura de seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), com seus históricos aliados da Liga Norte.

Nestas eleições foram renovadas 942 prefeituras, entre elas as de 26 capitais de província, das quais 18 eram governadas pela centro-direita e oito pela centro-esquerda.

Segundo as projeções elaboradas pelo Instituto Piepoli para a rede de televisão pública "RAI", após o primeiro turno a centro-esquerda desponta como a força com mais votos em capitais como Parma e Palermo, até agora governadas pelo centro-direita. Embora ainda não tenha saído a apuração total, tudo parece indicar que será necessário um segundo turno, que acontecerá nos dias 20 e 21 de maio.

O secretário nacional do PDL, Angelino Alfano, herdeiro de Berlusconi à frente do partido, reconheceu "a derrota" sofrida nestas eleições, que atribuiu ao sentido de "responsabilidade" de seu partido por seu apoio ao governo Monti, embora tenha descartado retirar sua confiança.


Em Gênova, o candidato Marco Doria, descendente de uma das mais importantes famílias nobres italianas e cujo pai, Enrico Doria, foi deserdado por se inscrever no Partido Comunista, também está à frente nas pesquisas, com ampla vantagem sobre a segunda força, embora também neste caso parece que será necessário um segundo turno.

O líder do Partido Democrata (PD), Pier Luigi Bersani, afirmou que estas eleições significaram um "fortalecimento do PD e da centro-esquerda em muitas cidades, um tsunami para a centro-direita e um avanço de Grilo", e destacou como este pleito mudou o mapa político com apenas oito capitais de província nas quais a direita prevaleceu.

A centro-esquerda comemorou muito estes resultados, mas o vencedor moral do pleito foi o "Movimento 5 Estrelas", que se configurou como a segunda ou a terceira força política em Parma, Gênova e Verona, segundo as pesquisas.

Isso representa um triunfo para a chamada "antipolítica" e um forte revés para os partidos tradicionais, aos quais Grilo acusa de corrupção e de defender apenas seus próprios interesses.

O avanço desse movimento pode ser interpretado, além disso, como um sinal de inconformidade dos cidadãos com as políticas de austeridade do governo tecnocrata de Monti, com o qual sempre se mostraram muito críticos e a quem tacham de representar "a morte" do Parlamento.

Em alusão ao avanço de Grilo, a ministra de Interior, Anna Maria Cancellieri, membro do gabinete tecnocrata que governa o país, declarou hoje que "o fato de que existe um desapego em relação aos partidos políticos e às instituições é algo que salta à vista e desperta uma grande preocupação".

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Roma - A centro-direita retrocedeu nas eleições municipais parciais realizadas ontem e nesta segunda-feira na Itália sem a liderança do ex-primeiro-ministro Silvio Berlusconi, enquanto a chamada "antipolítica", personificada pelo "Movimento 5 Estrelas" do humorista Beppe Grillo, se confirmou como a revelação deste pleito.

Apesar de pouco mais de nove milhões de italianos terem sido convocados para ir às urnas, estes resultados foram interpretados como um teste para os partidos a um ano das eleições gerais, depois das mudanças e os escândalos de corrupção que sacudiram a política italiana nos últimos meses.

As mudanças foram marcadas pela designação do tecnocrata Mario Monti como chefe de Governo italiano, após a renúncia, em novembro, de Berlusconi, e a sucessiva ruptura de seu partido, o Povo da Liberdade (PDL), com seus históricos aliados da Liga Norte.

Nestas eleições foram renovadas 942 prefeituras, entre elas as de 26 capitais de província, das quais 18 eram governadas pela centro-direita e oito pela centro-esquerda.

Segundo as projeções elaboradas pelo Instituto Piepoli para a rede de televisão pública "RAI", após o primeiro turno a centro-esquerda desponta como a força com mais votos em capitais como Parma e Palermo, até agora governadas pelo centro-direita. Embora ainda não tenha saído a apuração total, tudo parece indicar que será necessário um segundo turno, que acontecerá nos dias 20 e 21 de maio.

O secretário nacional do PDL, Angelino Alfano, herdeiro de Berlusconi à frente do partido, reconheceu "a derrota" sofrida nestas eleições, que atribuiu ao sentido de "responsabilidade" de seu partido por seu apoio ao governo Monti, embora tenha descartado retirar sua confiança.


Em Gênova, o candidato Marco Doria, descendente de uma das mais importantes famílias nobres italianas e cujo pai, Enrico Doria, foi deserdado por se inscrever no Partido Comunista, também está à frente nas pesquisas, com ampla vantagem sobre a segunda força, embora também neste caso parece que será necessário um segundo turno.

O líder do Partido Democrata (PD), Pier Luigi Bersani, afirmou que estas eleições significaram um "fortalecimento do PD e da centro-esquerda em muitas cidades, um tsunami para a centro-direita e um avanço de Grilo", e destacou como este pleito mudou o mapa político com apenas oito capitais de província nas quais a direita prevaleceu.

A centro-esquerda comemorou muito estes resultados, mas o vencedor moral do pleito foi o "Movimento 5 Estrelas", que se configurou como a segunda ou a terceira força política em Parma, Gênova e Verona, segundo as pesquisas.

Isso representa um triunfo para a chamada "antipolítica" e um forte revés para os partidos tradicionais, aos quais Grilo acusa de corrupção e de defender apenas seus próprios interesses.

O avanço desse movimento pode ser interpretado, além disso, como um sinal de inconformidade dos cidadãos com as políticas de austeridade do governo tecnocrata de Monti, com o qual sempre se mostraram muito críticos e a quem tacham de representar "a morte" do Parlamento.

Em alusão ao avanço de Grilo, a ministra de Interior, Anna Maria Cancellieri, membro do gabinete tecnocrata que governa o país, declarou hoje que "o fato de que existe um desapego em relação aos partidos políticos e às instituições é algo que salta à vista e desperta uma grande preocupação".

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